terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Eu sou Ingrid Bergman

"Jag är Ingrid, de Stig Bjorkman (2015) Documentário obrigatório para Atores, Cineastas, Cinéfilos e fãs de Ingrid Bergman. O Documentarista Stig Bjorkman baseia o seu documentário em cima das cartas escritas por Ingrid Bergman para amigas com quem ela confidenciou suas intimidades. No final do filme, é muito lindo ouvir de Isabella Rosselini que, ao ler as cartas, imaginando só encontrar textos referentes a Hollywood, filmagem, atores, etc, Ingrid, pelo contrário, só falou de seu amor pelos 4 filhos. O amor é o que costura as 2 horas do filme. Amor à vida, ao ofício de ser Atriz, à sua liberdade. O filme é farto em material de arquivo. Aprendemos que Ingrid sempre gostou de tirar fotos, de filmar usando seu super 8, sua 16 mm. Ela herdou essa paixão do seu pai, e através das lentes dele, e;a desde criança a[rendeu a amar as lentes de uma câmera e saber como posar. Ingrid relata que na sua infância muito triste ( sua mãe faleceu após seu nascimento, e seus irmãos faleceram em acidente) , ela aprendeu a criar amigos imaginários, e através deles, ela aprendeu a amar a arte da atuação. Já com vários filme sno currículo, ainda na Suécia, ela recebeu um convite de David Selznick, o maior produtor de Hollywood, para fazer uma nova versão de "Intermezzo" nos Estados Unidos. Ela deixou seu marido neurocirurgião e sua filha pequena na Suécia e rumou para Los Angeles, e ali permaneceu por 10 anos. Sentindo-se prisioneira de uma vids familiar e de um esquema de atuação aonde ela não se via mais encaixada, Ingrid escreveu para Roberto Rosselini ( ela havia visto "Roma, cidade aberta"e "Paisá" e ficou apaixonada pelo realismo dos filmes) e disse que queria trabalhar com ele. Pedido feito e aceito, ela filmou 'Stromboli", em um esquema totalmente improvisado. Os dois acabaram se apaixonando e Ingrid abandonou marido e filha nos Estados Unidos, o que foi um verdadeiro escândalo. Hollywood não a perdoou por isso. Curioso ouvir Ingrid dizer que em 'Europa 51", o segundo filme dela com Rosselini, ela dizia ficar apavorada com o improviso, e que não sabia atuar dessa forma. A partir daí, o filme nos convida a ouvir os outros 3 filhos que ambos tiveram na Itália (entre eles, Isabella Rosselini), os ciúmes de Roberto em relação a Ingrid e o divórcio deles. Ingrid veio a se casar de novo com um produtor teatral sueco em Londres. ela passou a vid apulando de galho em galho, de País em País, deixando os filhos sem vê-las por meses. Um dos melhores momentos é o relato de Liv Ullman a respeito da relação tempestuosa entre Ingrid Bergman e Ingmar Bergan no set de "Sonata de outuno". Ao longo do filme lemos e ouvimos Ingrid dar conselhos formidáveis sobre o trabalho do Ator e o seu pensamento sobre a Arte de Atuar. A rilha do compositor Michael Nyman é sublime, e desenha o filme de forma melancólica. Eu realmente saí muito triste do filme, pensando na questão da memória: qual o limite entre a mortalidade e a imortalidade de uma pessoa? Nota: 10

Nenhum comentário:

Postar um comentário