domingo, 17 de maio de 2015

Repulsa ao sexo

"Repulsion, de Roman Polanski (1965) Há exatos 50 anos, Polanski escreveu e dirigiu esse filme de terror psicológico ( ou drama, como acharem melhor) sobre uma mulher em processo de esquizofrenia deflagrado por causa de um trauma de infância. Carol ( Catherine Deneuve) é uma jovem que trabalha como manicure em um salão de beleza. Carol mora com sua irmã em um apartamento. Helen, a irmã, namora um homem casado. Na madrugada, Carol ouve o som da transa da irmã com o namorado, e ela se lembra em flashbacks tumultuados cenas de abuso sexual ocorridos com ela. Quando Helen decide tirar férias por 2 semanas e Carol se vê sozinha no apartamento, a fobia por homens e por socialização se torna cada vez mais incontrolável. Filmado em preto e branco, e todo rodado em Londres, 'Repulsion" (o título em português, acrescido da palavra "Sexo", com ceretza teve um apelo comercial associado ao nome da estrela e sex symbol Catherine Deneuve. Além do que, procura explicar os problemas psicológicos de Carol, reduzido ao contexto sexual) é um clássico do cinema que foi infinitamente copiado por vários cineastas. O filme faz parte da trilogia do apartamento, iniciado por "Repulsion", depois vieram "O bebê de Rosemary" e "O inquilino". Todos os filmes falam de personagens que habita um apartamento e acabam deflagrando um processo tortuoso de fobia e de alucinação. ""O iluminado" e o próprio "O bebê de Rosemary" tiveram muitas situações e referências chupadas desse filme de Polanski. No caso de "O iluminado", a cena final da foto chega a impressionar pela forma explícita como Kubrick se apropriou da idéia. É um filme complexo, muito bem dirigido e com composições de quadro que primam pela estilização e modernidade do enquadramento. O filme não perdeu em nada da sua magnitude. Catherine Deneuve está no auge de sua beleza, e prova que mulher bonita também pode ser excelente atriz. Ela passa metade do filme interpretando apenas com olhares e expressões, sem falas. Muitas cenas antológicas e tensas. Uma aula de cinema e de decupagem. O filme abre possibilidade para várias interpretações simbólicas quanto `questão do feminismo, do abuso sexual, do uso dos sonhos como elemento erótico e repressor. Buñuel deve ter ficado muito feliz ao ver esse filme. Nota: 10

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