domingo, 10 de maio de 2015

Maggie: a transformação

"Maggie", de Henry Hobson (2015) Um filme realista de terror com uma pegada cinemática de Terrence Malick. Assim é "Maggie", talvez o filme de gênero mais bonito visualmente que você já viu, com uma excelente fotografia de Lukas Ettlin, que chupou referências em "A árvore da vida". O cineasta Henry Hobson confere aquela mesma atmosfera lúdica e poética ao filme, como se estivéssems todos a caminho do Paraíso. Recentemente outros filmes de terror têm tido essa pegada de fazer releituras nos clichês, trazendo uma forma diferente de narrar a história. Assim foi no excelente "Corrente do mal". Arnold Schwarzenegger é um dos produtores desse filme de baixo orçamento, e deixou para si a difícil tarefa de interpretar um pai que ama a sua filha e quer protegê-la a todo custo. De quem? De um vírus que a acometeu e a está transformando em zumbi. As pessoas infectadas são levadas até a quarentena, onde são confinadas em um quarto para serem mortas. Wade ( Schwarzenegger) a esconde da polícia e d avista de todos, até um inevitável desfecho. Fazer filmes de zumbis depois do mega sucesso de "The walking dead", parece loucura. O que difere "Maggie"de tantos outros filmes com esse tema é a sua pegada realista. O filme quer fazer crer que tudo ali é possível. Abigail Bresling interpreta Maggie em todos os seus dilemas. Um papel difícil levado com emoção pela atriz. Seus olhos trazem a melancolia e o medo de enfrentar o desconhecido, de perder os entes queridos. Joely Richardson, no papel da madrasta, também confere sensibilidade, fazendo o contraponto de Wade e insistindo que o futuro de Maggie está selado. Exibido no Festival de Tribeca 2015, o filme recebeu muitas críticas negativas, o que é uma pena. Muita gente criticou a escolha de Arnold para um papel tão intenso e dramático, Outros também reclamaram do ritmo extremamente lento do filme e a falta de cenas de ação. Eu embarquei na proposta do diretor e do roteirista de enxergar um filme intimista, que discute a mortalidade e o amor da família que se preserva até os momentos mais intensos e conflitantes. É um belo filme triste,melancólico, que merecia uma chance de ser visto por mais gente. Uma pena que muitos fiquem esperando ver tiros e pancadaria, pela simples presença de Arnold no filme. E ele está bem, dentro de seus limites de atuação. Nota: 7

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