terça-feira, 26 de maio de 2015

O túmulo dos vagalumes

"Hotaru no haka/ Grave of the fireflies", de Isao Takahata (1988) Baseado no livro autobiográfico de Akiyuki Nosaka, narrando a tragédia que se abateu sobe ele durante a 2a guerra mundial. Quando os Estudios Ghibli compraram os direitos do livro, o animador Isao Takahata decidiu fazê-lo em animação, surprendendo o escritor, que mais tarde concordou que o filme não deveria ser realizado com atores, dada a natureza violenta da história. O filme está na 12a posição da lista das 50 melhores animações de todos os tempos, realizada pela Revista Time Out, e em 67o lugar na Lista dos 250 melhores filmes do Site IMDB. O crítico Roger Ebert o incluiu em seu livro "Os melhores filmes de todos os tempos" e afirmou que as animações deveriam ser repensadas após a sua realização. Lançado como programa duplo em 1988 nos cinemas japoneses, junto de "Meu vizinho Totoro", de Hayao Miyazaki, o filme assustou as platéías pela sua crueza e tom de tragédia. Ambientado em Kobe, Japão, durante a 2a Guerra, narra a história do amor entre os irmãos Saito, um menino de 12 anos, e sua irmà Setsuko, 4 anos. Após a morte da mãe durante um bombardeio, os irmãos vão morar na casa da tia. Mas por conta do racionamento e da falta de comida, eles acabam sendo expulsos, indo morar em um abrigo. Fome, solidão, morte, O filme está repleto de cenas antológicas, como a da praia, quando a irmã encontra um morto estirado na praia, ou a cena noturna dos vagalumes iluminando o abrigo. ou o desfecho em flashback de Setsuko. Advertência: tenham uma caixa de Kleenex, porquê é absolutamente impossível não chorar ao longo do filme. Um melodrama clássico, que segue a cartilha de como emocionar e fazer o espectador se debulhar em lágrimas e batalhar pelos seus heróis nas telas. Obra-prima incontestável. Trilha sonora que vai fundo no coração, direção segura e inteligente, cores vibrantes, e uma edição que faz uso dos famosos "Pillow shots" eternizados por Ozu, que são planos de natureza morta que traduzem emoções. Nota: 10

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