sexta-feira, 8 de maio de 2015

Corrente do mal

"It follows", de David Robert Mitchell (2014) Exibido na Semana da crítica de Cannes 2014, esse sensacional filme de terror é um alento aos fãs de filmes do Gênero que estavam cansados de tanto marasmo. Não que o roteiro seja original, e não é, mas pela forma de contar o filme. Calçado pela estética de filmes independentes, o Cineasta e roteirista David Robert Mitchell faz a maior de todas as homenagens já realizadas ao cult cineasta John Carpenter. Para os jovens de hoje, é muito provável que não reconheçam o nome de Carpenter. Mas ele é simplesmente o autor de obras-primas como "Halloween", "O enigma de outro mundo" e "Assalto ao 13o distrito". Carpenter reinventou os filmes de terror nos anos 70, se fazendo valer de cenas longas, sem falas, onde sempre existe alguém espreitando. A trilha sonora de sua autoria, à base de sintetizadores, é recriada aqui em "Corrente do mal" de forma brilhante e assustadora. "Corrente do mal"é uma homenagem aos filmes de terror dos anos 70 e 80, e tudo nele é retrô, nas mesma onda que "Drive" fez com os filmes de ação. Esse olhar vintage é um grande charme para o filme. O filme se passa nos subúrbios decadentes de Detroit. Um grupo de jovens é ameaçado por uma entidade que é passada de um a um através do ato sexual. A pessoa que teve relações precisa transar com outro para que a entidade siga adiante e saia de si. Dito assim, parece ser tosco. Mas incrível, o filme lida com esse roteiro de forma genial, através de uma Direção indie e voltada aos filmes de arte. Planos e enquadramentos lindos e originais, tempos longos, movimentos de câmera, tudo à serviço de um ótimo exercício de realização. O clima de suspense é constante. O elenco trabalha de forma realista, e foi isso o que mais me surpreendeu. Sem gritos exagerados, sem atuações que brincam com o gênero ( que fez sucesso em "Pânico", uma auto-paródia.). Alguns momentos podem parecer risíveis, mas particularmente me envolvi 100% com o filme. Altamente recomendado para quem curte um filme original, mesmo que se utilizando de um roteiro de fórmula já gasta. Aos nostálgicos, impossível não se lembrar de "A hora do pesadelo", "Halloween"e "Sexta-feira 13". Com uma embalagem cult e cinéfila. Nota: 9

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