quinta-feira, 14 de maio de 2015

Garotas

"Bande de filles", de Céline Sciamma (2014) Exibido na Mostra Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2014, esse premiado filme da cineasta francesa Céline Sciamma é uma espécie de versão européia de "Faça a coisa certa", de Spike Lee. O filme se utiliza quase que 100% de atores negros ( na verdade, são todos não atores, escalados através de "Street casting" pela cineasta". No Brasil, quem viu a série "Sexo e as negras" vai sentir bastante semelhança entre os projetos. O filme fala sobre o problema da raça negra na França, marginalizada e vivendo geralmente de sub-emprego. A juventude vive de bullying e de brigas de gangues, e a expectativa de um futuro esperançoso é nula. Quase todos parecem estar cientes do destino que o mundo lhes reserva: uma vida desregrada e sem ambições, passiva. Mas as meninas do filme procuram mudar esse aspecto, através da força e energia que ela emanam para mudar tudo o que as rodeia. Marienne vive com suas duas irmãs menores e com o seu irmão paternalista, que as proibem de tudo. A mãe trabalha como faxineira e esse mundo irrita Marianne. Um dia, desolada na escola, ela conhece 3 meninas que fará com que o mundo dela se transforme: juntas, as quatro toaam o terror: passeiam e shoppin e provocam alvoroço, brigam em gangues e procuram à sua maneira, serem vistas como indivíduos revoltados com o sistema. Mas a vida é muito cruel para essa tentativa de mudança. Com uma belíssima fotografia, de Crystel Fournier, e com enquadramentos e composições de quadros primorosos, é um filme muito bonito de se ver: pop, moderno, dinâmico. Esse drama pega pesado nos conflitos das meninas, e o que vemos na verdade é microcosmo de tudo o que pode acontecer na vida de fiuguras marginalizadas pela sociedade. As atrizes são ótimas, enérgicas, brutas e porquê não, sensuais e belas. O filme tem momentos muito estilizados, que conversam bem com a narrativa juvenil. Tem uma cena que é um viceo-clip, com as meninas cantando "Diamonds", da Rihanna, que é bem bonito e memorável. O filme é longo, quase 2 horas, mas no geral compensa pela vitalidade que transborda, e pala denúncia social, sem ser panfletário. Nota: 7

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