quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Rubber
" Rubber", de Quentin Depieux (2010)
Filme alçado a categoria de cult, após ter sido exibido com sucesso no Festival de Cannes em 2010.
Produção francesa, mas falada em inglês, e rodada no deserto da Califórnia, " Rubber" tem uma sinopse muito interessante.
Um pneu desperta com vida, subitamente~, no deserto. Aos poucos, aprende a andar sozinho pela estrada, e de repente, começa a matar todo ser vivo que encontra pela frente: insetos, pássaros, ser humanos.
Robert, o pneu, chega até uma cidadezinha, e avista uma jovem, por quem se apaixona.
Com um plot desses, esse filme tinha tudo para ser um filme excepcional, uma pérola para cinéfilos nerds.
Mas..me enganei!
O prólogo do filme é bem interessante: um sherife chega até um ponto do Deserto, sai do carro e começa a falar para a Cãmera. Seus diálogos na verdade, são perguntas ao espectador. Por ex, " porque o E.T. tem cor marrom? Não existe um motivo" e por aí vai, todas as perguntas vem com um complemento" Não tem motivo". Uma espécie de preparação para o espectador mais " mala" que irá perguntar porque o pneu toma vida.
Quando a lente abre, vemos que na verdade, o sherife estava falando para um grupo de turistas, sentados em cadeiras e munidos de binóculos. Os turistas são testemunhas do " filme" que eles e nós, especatdores reais, estaremos prestes a assistir. Eles assistem a todas as evoluções do Pneu, comentando sobre as mortes, as vezes comemorando.
Essa sátira nonsense ganha forças com os personagens completamente absurdos e estereotipados que vão surgindo ao longo da narrativa.
Mas..o que eu não gostei?
Eu tinha a impressão do filme ser trash. Mas não é. Faltou charme de filme tosco, faltou paródia. Os efeitos são excelentes, as mortes idem. Sim, os diálogos são horriveis, as cenas também. Mas não provocam risos, apenas indiferença.
O pior dos pecados, porém, reside na desenvoltura do pneu. pela sinopse, a gente lê que ele sai atropelando geral. Mas não é isso o que acontece. Robert, o pneu, tem poderes telecinéticos. Ou seja, ele se concentra mentalmente sobre o seu alvo, que acaba explodindo. Tipo " Scanners".
Eu teria achado mil vezes mais divertido se o pneu saisse pela estrada atropelando e transformando o povo em massa de pastel, ou saissem voando.
Tecnicamente o filme é bem feito: ótima fotografia, som, edição. Talvez aí residam seus defeitos. O roteiro poderia ter sido mais insano.
Achei um filme aborrecido, sem carisma . Vale apenas pela curiosidade.
Nota: 4
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