domingo, 2 de janeiro de 2011

Cela 211


" Celda 211", de Daniel Monzón (2009)

Drama baseado em livro homônimo, é uma co-produção França/Espanha, e venceu 8 prêmios Goya em 2009, entre eles o de melhor filme, competindo com " Abraços partidos " de Almodovar e "Agora" de Almenabar.
A história gira em torno de Juan (Alberto Ammann), um jovem carcereiro, que resolve visitar a prisão aonde ele irá trabalhar no dia seguinte. Juan deixa sua amada esposa grávida de 6 meses em casa, e mesmo contra a vontade dela, ele visita a prisão apenas para conhecer suas instalações.
Para o seu azar, ele se machuca durante a visita. Fica inconsciente. Seus colegas carcereiros o deixam na cela 211, e nesse momento, explode um motim, na área mais barra-pesada da prisão, comandada por prisioneiros de alta periculosidade. Os carcereiros o abandonam a própria sorte, e ao acordar, Juan percebe que está em maus lençóis. Esperto, percebe que para sobreviver ali dentro, tem que se passar por um preso. Se livra de todas as evidências que possam provar que ele é um funcionário. O líder do motim, Malamadre (Luis Tosar) em princípio desconfiado, faz de Juan seu companheiro de motim, o que provoca ciúmes em Apache (Carlos Bardem, irmão de Juan Bardém). Cria-se um forte laço de amizade entre Juan e Malamadre. Os diretores do presídio percebem que Juan se faz passar por preso, e tentam a todo custo livrar ele e outros reféns, sem que os presos percebam. Paralelo, temos a história de Elena, esposa de Juan, que vai até a prisão para saber notícias do marido.
Contar mais detalhes da trama seria entregar as reviravoltas de roteiro. O que esse drama carcerário propõe, é mostrar traços de lealdade e amizade entre personagens tão distintos como Juan e Malamadre, que se sensibiliza com o drama da esposa grávida do novo companheiro.
O filme quer também fazer uma denúncia contra o sistema carcerário e a corrupção na esfera do Governo. Diferente de " Um sonho de liberdade", " Cela 211" quer fazer um registro da crueldade que existe nos dois pólos da prisão: os que estão dentro, e os que estão fora. A traição pode vir de qualquer lado.
Um excelente trabalho de cãmera, edição dinâmica e som rítmico. Poderia ser uma produção de Hollywood, o que aliás acontecerá, já que os direitos de refilmagem já foram adquiridos. Resta saber se os americanos irão preservar o triste desfecho da história.
Um ponto alto do filme é a performance dos 2 atores principais, envolventes em sua estranha e humana amizade, trabalhando a difícil construção dos personagens, que varia conforma a dança.
O filme , apesar de dramático, é ação pura: já começa na adrenalina desde o seu começo.
Está na lista dos 10 mais de 2010 do crítico Roger Ebert

Nota: 8

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