sábado, 1 de janeiro de 2011

O louco amor de Yves Saint Laurent


" Yves Saint Laurent et Pierre Bergé : L´amour fou", de Pierre Thoretton (2010)

Documentário que abrange os 4o anos de relacionamento entre o famoso estilista francês Yves Saint Laurent e seu companheiro Pierre Bergé.
Bergé narra o filme do início ao fim, fazendo aqui uma espécie de sessão de terapia para exorcizar o difícil relacionamento que manteve com YSL.
O documentário é minucioso em detalhes do relacionamento: fala da ascenção de YSL, que aos 21 anos, assumiu a direção da casa de Cristian Dior, após sua morte. Bergé, amigo de Dior, conheceu YSL no velório de Dior. Depois, se conheceram melhor e construíram aí a sua parceria, que envolvia amor e negócios. YSL foi convocado para a luta armada na Guerra de Argélia, e acabou sendo demitido da Dior. Abriu então em sociedade com bergé a casa que seria famosa por mais de 4 décadas, e que instituiu novos padrões do vestuário feminino no mundo: A Yves Saint Laurent Couture House, que fez sucesso desde a sua primeira coleção, em 62. A partir daí, os 2 só conheceram sucesso e fama, se tornando amigos de celebridades mundiais: Andy Warhol, Rolling Stones, Catherine Deneuve, Miterrand, etc. YSL foi responsável também pela popularização do Pret A porter, figurino mais barato e " usável" pelas mulheres, pois até então a Alta costura era inacessível e até mesmo difícil de ser usado no dia a dia.
Porém, fama e suceso não trouxe felicidade para YSL, e sua relação com Bergé ficou bastante desgastada já no inicio dos anos 70. Compraram várias casas pela Europa e em Marrakesch , no Marrocos: refúgios onde YSL poderia tentar buscar o isolamento que ele tanto pregou, apesar de fazer parte do jet set europeu. Amigo de intelectuais, YSL conheceu as drogas e o alcool nos anos 80, o que afastou de vez Bergé de sua vida amorosa. Mas Bergé continuou como seu parceiro nos negócios e a voz da consciencia.
Em 2002, YSL anunciou a sua retirada do mundo da moda, em um evento que trouxe Catherine Deneuve entre as anfitriãs. Em 2008, morreria de câncer.
Bergé expõe por inteiro a vida pessoal de YSL, que sempre foi discreto: sua relação com drogas, sua depressão, mau humor, paixão pelas artes. Talvez YSL não gostasse de ter sua vida aberta para o grande público. Pior ainda, foi a decisão de Bergé de leiloar todo o acervo de obras de arte colecionadas por YSL durante toda sua vida: A Chrsistie`s foi responsável pelo leilão, considerado o mais lucrativo da história: 370 milhões de euros arrecadados.
Hoje em dia, Bergé dedica a sua vida na luta contra a AIDS, sendo presidente de uma ONG que luta contra a doença, e é responsável tamém pelo acervo do estilista.
O documentário tem um tom de tristeza, evidente na narração melancólica de Bergé. percebemos a paixão que ele nutria pelo estilista, que infelizmente, preferiu o isolamento e a depressão como condutoras de sua vida pessoal. Apesar disso, o filme é longo, se arrastando em várias cenas narrativas, que mostram acervos, as casas. O acervo de imagens de documentários da época e as fotografias são o grande trunfo do filme.

Nota: 7

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