sábado, 1 de janeiro de 2011

A Árvore


" The tree/L´arble", de Julie Bertucelli (2010)

Filme de encerramento do Festival de Cannes 2010, " A árvore" é um drama baseado em um livro, " Our father who art in the tree".
Um filme dirigido por uma mulher, Julie Bertucelli, que tem como foco principal atingir um público feminino que se identifique com a força e a luta de uma mulher viúva em criar seus 4 filhos. Julie dirigiu também o ótimo " desde que Otar partiu", belo drama familiar.
A família O´neill vive no interior da Austrália, em uma casa pré-fabricada. Do lado da casa, existe uma enorme figueira.
O marido, voltando para casa, acaba tendo um infarto e morre. A viúva entre em profundo estado de depressão, deixando seus 4 filhos à mercê da sorte. Até que um dia, Dawn (Charlotte Gansbourg) resolve tomar coragem e vai procura de trabalho. Conhece George, dono de uma loja aonde Dawn vai trabalhar, para sustentar a família. Os dois acabam se envolvendo, a contra-gosto de filha pequena de 8 anos, Simone, que acredita que seu pai reencarnou na figueira ao lado de sua casa. Ela todos os dias conversa com a árvore e dorme nela às vezes. A árvore passa a se tornar uma ameaça, pois invade a casa, e George avisa que devem derrubá-la, antes que ela destrua a casa. Simone se interpõe à decisão, e faz de tudo para evitar o abate.
" A árvore" é um filme que pega o espectador pela emoção. Seus personagens são sensíveis, e agem por impulso. O filme tem um clima suave, narrativa que flui lentamente. A fotografia e trilha sonora são excelentes. A interpretação de Charlotte Gansburg é ótima, percorrendo várias emoções diferentes, mas sem apelar para histrionismo ou emoção barata. Não chega à força de sua personagem em " Anticristo", pelo qual ganhou prêmio em Cannes, mas é pungente.
As 4 crianças são bem defendidas pelo elenco mirim, principalmente Morgana Davies, que interpreta o difícil papel de Simone, uma menina birrenta e teimosa, que não gosta do envolvimento de sua mãe com George, e deseja que ela preserve a memória do seu pai.
Um bom filme, narrado em tom de fábula, e que agradará os espectadores que buscam um drama de superação da dor e a busca por nova vida.

Nota: 7

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