domingo, 23 de janeiro de 2011
Ela, a Chinesa
" She, a chinese", de Guo Xiaolu (2009)
Filme vencedor do Festival de Locarno em 2009, " Ela a chinesa" é uma co-produção globalizada da China, França, Alemanha e Inglaterra.
O filme narra a história de Mei, uma jovem que mora em uma região pobre de um vilarejo chinês. Mei mora com sua mãe, e arruma trabalho em uma sinuca de beira de estrada. De espírito livre, Mei vive causando revoltas em sua mãe, que a chama de preguiçosa e vagabunda. Odiando sua vida, Mei se envolve com um jovem malandro, mas ela não cede aos prazeres do sexo. Até que é estuprada por um caminhoneiro que a convidou a ir ao cinema. Mei resolve se mudar para a cidade grande, e vai trabalhar em um salão de beleza, na verdade, fachada de jovens prostitutas. Mei acaba conhecendo Spikey, um bandido por quem ela se apaixona e engravida. Ele acaba sendo morto em uma transação mal resolvida, e Mei pega o dinheiro guardado por ele, resultado de trabalhos excusos. Foge para Londres, e lá, ela vive como clandestina. Acaba se casando com um velho viúvo, apenas com a finalidade de fixar residência. Mei se cansa dessa relação sem amor, e acaba se relacionando com um indiano, dono de um pequeno restaurante de comida típica. O que Mei não espera, é que novamente, ela se envolverá em uma relação turbulenta.
O filme é um drama intenso, com forte influência dos cinemas de Godard e Lars Von Triers, com referências explícitas. De Godard, o filme rouba os personagens protagonizados por Ana Karina, atriz-fetiche do cineasta francês, através da liberdade e falta de perspectiva de vida. De Lars Von Triers, as cartelas usadas para comentar as cenas intercaladas por fusões narrativas. Um recurso aliás muito interessante, pois os textos são divertidos e sui-generis. Ah, lembremos que Von Triers também ama as personagens sofredoras, o que é o caso de " Ela, a chinesa".
A atuação de Huang Lu é digno de nota, em um papel difícil , que provoca pouca simpatia do espectador. Afinal, devemos aceitar ou recriminar as decisões da jovem?
A fotografia é hiper colorida, com uso forte de neons, linguagem típica dos anos 80.
O filme tem 103 minutos de duração, mas a sua narrativa lenta e contemplativa faz parecer que o filme tenha muito mais tempo. Acaba cansando o espectador. Dá a sensação de estarmos assistindo a 2 filmes distintos, pois a quebra no roteiro é muito brusca: a vida de Mei na China ( a melhor parte), e a vida dela em Inglaterra, mais melodramática.
Confesso que tive uma expectativa maior em relação ao filme, e saí um pouco frustrado.
Nota: 7
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