sábado, 1 de janeiro de 2011
A Empregada
" Hanyo/The housemaid", de Sang Soo Im (2010)
Drama da Coréia do Sul, participou da competição oficial em Cannes 2010.
" A empregada" é um drama erótico, de forte conotação social. É refilmagem de um longa homônimo de 1960.
Uma fábula sobre ricos e pobres, e a extrema diferença social e cultural que desaba sobre eles.
Eun Yi é uma jovem que aceita o emprego de babá/empregada na casa de uma milionária família. Ela faz uma entrevista com uma governanta que trabalha na casa deles e é admitida. Chegando lá, ela observa de imediato o enorme abismo que existe entre o Universo dela e o daquela família. Lindos, milionários, bem vestidos, cultos. Tudo isso envolve Eun Yi em um imaginário de admiração pelos habitantes daquela mansão. A família se consiste no Patrão, a patroa e a filha pequena deles. O patrão é um homem bonito e charmoso, que seduz Eun Yi. Os ricos são apresentados como donos do mundo, que não medem esforços para conseguir o que querem. Uma noite, o patrão vai até a cama de Eun Yi e transam. Passa-se o tempo, ela se descobre grávida. Quando a patroa descobre, se junta á sua mãe e exigem que Eun Yi faça o aborto. Ela reluta, e deseja manter a criança a qualquer custo. Temendo que a empregada exija dinheiro, a patroa e a mãe arquitetam um plano maquiavélico.
Esse exemplar de drama erótico coreano causou aversão quando de sua exibição em Cannes. Muitos críticos o desprezaram, o considerando um melodrama de baixo nível.
O roteiro é interessante porquê surpreende, ele vai percorrendo vários gêneros, e em um momento, o espectador acha que vai assistir um suspense Hicthcockiano. Os atores são bons, com destaque para a atriz que interpreta Eun Yi e a senhora que interpreta a Governanta, quase uma inspiração de " Rebecca", de Hithcock ( a governanta de intenções pouco claras).
O que faz o filme perder seu rumo é a sua parte final, justamente a resolução da vingança de Eun Yi. Ficou bizarro, e não condiz com o filme que estávamos assistindo até então. De qualquer forma, é um filme que vale ser visto, seja pelo seu tratamento técnico, impecável ( fotografia, direção de arte, figurino, som) quanto pela cinematografia coreana, sempre ousada e inventiva.
Um filme classudo, elegante, e que me deixou grudado na tela o tempo todo. Pena que o desfecho bote o filme a perder. Aliás, a obscura cena final está aberta a interpretações.
Nota: 7
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