"Música para quando as luzes se apagam", de Ismael Caneppele (2017)
Exibido no Festival de Brasília em 2017, somente agora, meados de 2021 o filme encontra espaço no circuito para ser exibido. O filme é uma mistura ousada mas bastante confusa em termos de dramaturgia entre documentário e ficção. Ismael Caneppele foi o roteirista do premiado 'Os fantasmas e o duende da morte", e aqui, ele repete a geografia, interior do Rio Grande do Sul, e temas inerentes à juventude que procura se descobrir, aqui no caso, em sua identidade de gênero.
Ismael Caneppele agora ataca de cineasta, e fica claro que a maior de suas preocupações aqui foi a embalagem, a estética em rol do conteúdo. Com muitas estilizações que no final sôam apenas como artifícios de linguagem, o filme perde a sua co-protagonista, Julia Lemmertz, no papel de uma mulher que vem até a cidade do sul entrevistar Emelyn, uma adolescente em processo de transição para Bernardo. Julia desaparece e só retorna no final. Até lá, acompanhamos o romance entre Emelyn e sua namorada, até que surge um rapaz por quem a namorada acaba cedendo.
O filme começa muito estranho, com imagens amadoras de uma câmera pobre, até que estabiliza para uma fotografia mais cinematográfica, mas não menos estilizada. Valeu como discussão de gênero, mas ficou no caminho, pois não sabemos absolutamente nada de nenhum personagem que entra e sai na história.
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