"Ar condicionado", de Fradique. Lindo drama de realismo fantástico vindo de Angola, "Ar condicionado" concorreu no prestigiado Festival de Rotterdan. O filme é ambientado em Luanda, e traz uma história curiosa: os aparelhos de ar condicionado têm caído dos prédios. Algumas pessoas até já morreram. O governo não sabe o que está acontecendo, mas acredita que um acordo comercial mal sucedido entre Angola e China tenha sido o causador. Uma empregada doméstica Zezinha (Filomena Manuel) de um homem rico obriga que ela procure alguém para consertar o seu aparelho de ar condicionado. Ela pede ajuda ao zelador do prédio, Matacedo (José Kiteculo). Juntos, eles procuram Kota Mino, um reparador de eletrodomésticos, e descobrem que ele está montando em segredo uma complexa máquina de recuperar memórias.
O filme foi produzido pelo colectivo angolano Geração 80 e traz uma história inusitada, embalada pela trilha sonora excelente de Aline Frazão e a fotografia fenomenal de Ery Claver. O filme é uma metáfora contra a tecnologia e a modernização, que transforma as ruas em prédios feios e cinzentos. Aproveita e traz a nostalgia de uma Angola onde as pessoas respiravam melhor, onde havia verde, as pessoas conversavam. Um filme muito instigante e ousado, lidado com naturalismo nas interpretações.
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