domingo, 8 de fevereiro de 2015
Um homem uma mulher
"Une homme et une femme", de Claude Lelouch (1966)
Lançado em 1966, esse ícone do movimento francês "Nouvelle vague", caracterizado por ser um Cinema de autor e entregando os seus atores ao improviso, ganhou na época mais de 40 prêmios, sendo um dos únicos na história do cinema a receber os 3 principais: Palma de Ouro, Oscar de Filme estrangeiro e Globo de Ouro de filme estrangeiro. No Oscar, abocanhou também o de roteiro, curioso por ser um filme de diálogos improvisados.
O filme seduz o espectador por todos os motivos: o elenco, encabeçado por Anouk Aimeé e Jean Louis Trintgnant, ambos em estado de graça, com a câmera completamente apaixonada por eles. A fotografia esplendorosa de Claude Lelouch, a trilha sonora de Francis Lai, a montagem revolucionária de Claude Barrois e de Claude Lelouch. A história do filme em si é convencional: um piloto de corrida viúvo se apaixona por uma roteirista de cinema também viúva. Ambos se conhecem quando vão buscar seus respectivos filhos nem uma escola internato. Ambos se apresentam, e durante três finais de semana, o amor e a paixão floresce. No entanto, os fantasmas do passado de Anne ( Anouk Aimeé) ainda se fazem presentes, e cabe a Jean Louis ( Jean Louis Trintignant) fazer se apagar na memória de Anne.
A forma como o filme é narrado é deslumbrante e revolucionário. Misturando tempo ( presente e passado), cores e preto e branco (através do estado emocional dos personagens) e embalados por músicas de arrepiar a alma, fazem do filme talvez o mais romântico da história do cinema. Cenas antológicas, como o desencontro emocional após o sexo, ficam nas nossas cabeças por muito tempo.
Para se chorar de verdade.
Nota: 9
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