domingo, 22 de fevereiro de 2015

10.000 km

"10.000 km", de Carlos Marques-Marcet(2014) Em 2010, Drew Barrymore e Justin Long protagonizaram a comédia romântica "Amor à distância". Apaixonados, o casal é separado pela distância entre New York e San Francisco, o equivalente a 4700 km. Agora, o cineasta espanhol Carlos Marques-Marcet realiza a sua versão mais artística e menos comercial do filme. Em "10.000 km". um casal mora em Barcelona. Jovens, bonitos, eles planejam um bebê. Porém, a mulher recebe um convite para estudar por 1 ano com tudo pago em Los Angeles. Ap;os resolverem a crise da separação e de sonhos desfeitos de maternidade, eles mantém a chama acesa através de skype, sms e outras tecnologias. O cineasta Carlos Marques-Marcet morou em Los Angeles, e isso explica a sua afeição pelo tema de pessoas que se amam viverem em distância por um longo período. Ele agora faz parte de um grupo coletivo de cineastas espanhóis, intitulado "La Panda", onde executam filmes criativos de baixo orçamento. O filme é curioso, tecnicamente falando: ele abre com uma enorme cena de plano-sequência de 23 minutos!!!!!, onde o casal transa, escova os dentes, toma café, ele descobre os planos dela, discutem, dançam, etc. é incrível a espontaneidade tanto dos atores quanto do trabalho da câmera, sempre ali, fazendo um registro magistral do relacionamento, sem interferir. A partir daí, vemos o casal separados, e s vemos através de computador, celulares, fotos, etc. é um filme ousado em termos narrativos, pois o tempo todo, quase 100 minutos de projeção, só temos esses 2 atores. Nem figuração tem! é quase uma peça teatral que abusa do cinema para mostrar dinamismo. O maior trunfo do filme obviamente vem do despojamento do elenco, que improvisou muita coisa e co-assinam o roteiro. Natalia Tena ( a Osha de "Game of Thrones") e David Verdaguer dividem um super espaço nas telas com muita força, sensualidade, ternura e paixão por seus personagens. Não fosse por eles, o filme seria um grande saco, uma lavagem de roupa suja interminável. Acho até que o filme poderia ser enxugado em pelo menos 20 minutos. Me deu uma canseira lá pelo meio, quando a narrativa da história vai de dia a dia do drama contado do casal. Eu já tava querendo que pulasse para quase 1 ano, que é o prazo da jovem em Los Angeles. esse tipo de narrativa com 2 atores discutindo relação e em praticamente uma única locação ( no caso, 2 aptos), me remeteu ao Venezuelano "Na cama", onde 1 casal discute a relação em um quarto de motel. O filme foi rodado em Barcelona e em Los Angeles, mas eu mesmo fico na dúvida se essa casa de Los Angeles não seria mesmo em Barcelona. Não consegui achar informações sobre isso . Acredito que o filme deva atingir mais casais que vivam esse momento dramático de separação. E a gente sabe, separação significa esfriamento de relação. Não há tecnologia que substitua o corpo quente do lado na cama. Nota: 7

4 comentários:

  1. Achei o filme muito bom e curti muito a competência dos atores.

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  2. Você teria outro filme nesse nível para indicar? Ando meio cansado dos filmes americanos... Tenho gostado bastante de filmes estrangeiros

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