segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
A possibilidade infinita do céu
"The endless possibility of sky", de Todd Verow (2012)
Todd Verow é um dos maiores expoentes do New Queer Cinema americano, que surgiu nos anos 90, ao lado de Bruce la Bruce, Todd Haynes e Gus Van Sant. São filmes produzidos com muito pouco dinheiro, elenco amador, mas para compensar tamanha falta de recursos, muito sexo e transgressão.
Aliás, Todd Verow em seus filmes costuma fazer o sexo brotar em profusão, de forma explícita e livre, sem qualquer tipo de censura. Sexo em grupo, sem camisinha, sujo e com muita adrenalina.
Em "A possibilidade infinita do céu", ele mais uma vez trabalha com o seu ator fetiche, Brad Hallowell. Esse tipão James Dean de ser interpreta um jovem , Drew, que mora em uma pequena cidade do Maine, e entre o tédio da vida e o tédio do trabalha, transa alucinadamente e usa drogas sem qualquer limite.
Drew escreve um diário e nele escreve sobre as pessoas que conhece e que vivem uma situação como a dele. São personagens sem futuro, desesperançados, que vivem para o sexo e para as drogas. Tem o ator pornô, tem o michê, tem o ex-namorado de Drew que se acha portador do HIV. Todos eles se encontram no apartamento de Madame Datina, um misto de cafetina e traficante, que oferece sexo e drogas para os que entram em seu cafofo.
A direção e a atuação do elenco são amadoras, mas por incrível que pareça, possuem um charme de filme independente, fazendo um registro de uma sociedade decadente, assim como fizeram Andy Warhol, Paul Morrisey e John Waters em seus filmes undergrounds. O filme mistura animação, sexo explícito e muita purpurina para dar essa visão de mundo pessimista de Todd Verow. A frase do filme: "Quando você atinge o céu, tudo pra baixo é apenas queda".
Nota: 6
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