sábado, 7 de fevereiro de 2015
O fio
"Le fil", de Mehdi Ben Attia (2009)
Drama francês dirigido pelo cineasta Tunisiano Mehdi Ben Attia. O filme tem como tema principal a questão da aceitação: religiosa, sexual e familiar. Malik é um jovem arquiteto francês de ascendência tunisiana, que volta para a Tunísia para morar com sua mãe Sara ( Claudia Cardinale). Recém viúva, ela é a típica mãe super protetora e burguesa, que nao aceita nada que esteja fora da ordem e dos bons costumes. Por conta disso, Malik não consegue contar para ela que ele é homossexual. Para amainar o seu suplício, ele e sente atraído pelo jovem Bilal, o empregado que sua mãe contratou para tomar conta da mansão.
Fico impressionado como esse filme é uma decepção enorme. Apesar das belíssimas locações e fotografia, o roteiro, direção e trilha sonora acabam com o filme. A direção deixa frouxo vários momentos no filme, inclusive as passagens d e tempo são muito bruscas e as cenas de emoção, soam extremamente falsas. Talvez a culpa seja dos 2 jovens protagonistas, bonitos mas muito fracos em suas performances. O filme tem todo o desenvolvimento de uma grande novela mexicana. Cenas exageradas, personagens caricatos, uma ambientação kitsch prejudicada pela trilha sonora tenebrosa, que traduz erroneamente emoções. Quando é para ser emocionante, a música provoca constrangimento por não se adequar ao que vemos. Os clichês se acumulam vorazmente: a melhor amiga do gay que é lésbica, a mãe que não aceita a saída do armário do filho, o filho gay revoltado que vai até uma zona de prostituição de michê para transar com o primeiro que aparecer. Mas o maior motivo de chamariz para esse filme obscuro se chama Claudia Cardinale. A grande diva do cinema italiano, que abrilhantou filmes de Fellini e Sergio Leone, se tornou uma caricatura da mulher sensual e linda que ela ja foi quando jovem. No papel da burguesa Sara, ela faz o que pode. Mas a grande antipatia da personagem afasta qualquer afeição dos espectadores por ela. Pode ser que lá no final, quem sabe, a gente goste dela um bocado. Como diria Madonna, "Get the fuck out of here, you Bitch!". Ah, o fio do título é uma bobagem metafórica do filho que se sente "aprisionado" por amarras, tanto na questão sexual quanto religioso, e a extrema culpa por não revelar sua sexualidade para seus pais. Ah, o conflito moral...
Nota: 4
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