sábado, 21 de fevereiro de 2015

Os passageiros

"Les passagers", de Jean-Claude Guiguet (1999) Um filme ensaio sobre a solidão, a carência afetiva, o desamor, a melancolia, a tragédia, a morte, o desemprego. Belamente filmado e fotografado, o filme é como se fosse uma sinfonia de uma grande Metrópole que está morrendo, no caso, Paris. Do trajeto de trem, onde os personagens se conhecem vemos um cemitério, como que enterrando todas as pessoas e seus desejos e vida que n!ao se concretizaram. "os passageiros"é um filme sui generis. O filme relata a rotina de passageiros, figuras anônimas, que fazem um trajeto pelos subúrbios de Paris diariamente. Ou vão para o trabalho, ou cemitério, ou encontrar alguém ou ir alugar algum. Costurando todas as histórias, existe Anna, uma médica no alto de seus 60 anos. Solitária, ela observa os passageiros e cria histórias sobre eles. Daí, quando esses passageiros saem do trem, acompanhamos suas verdadeiras histórias. As pequenas histórias são quase sempre de desamor, de tristeza. É um filme muito belo, quase uma poesia. Inclusive, lá pelo desfecho, ele se transforma em um ensaio verborrágico, de pessoas falando para a câmera. Uma cena me impressionou: no meio do filme, um senhor de meia idade faz um monólogo de quase 6 minutos sobre a homossexualidade e suas questões. Sublime atuação. O que mais amei no filme foi não ter nenhum ator conhecido. São pessoas anônimas, que poderia muito bem ser quem está sentado do seu lado no ônibus ou no metrô. E eu confesso que adoro criar histórias sobre as pessoas. O filme também se presta a fazer um discurso contra o desemprego, contra a política do Governo falido que não visa a sua população, e sim, seus interesses. Sôa comum, não? Concorreu em Cannes na Mostra "Um certo olhar"em 1999. Nota: 8

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