quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
A vida doméstica
"La vie domestique", de Isabelle Czajka (2013)
Drama francês baseado no romance inglês "Arlington Park", de Rachel Crusk. Dirigido por uma mulher, o filme apresenta 4 mulheres vivendo uma rotina de mães suburbanas em Bel Air, arredores de Paris. Entediadas, desesperançadas, de saco cheio do papel de mãe e esposa. Assim são essas mulheres do novo tempo, que lutaram pela sua independência em outras décadas e que hoje em dia voltaram aos tempos de princesas deprimidas pós casamento. Os maridos são mostrados sempre como chatos, frios, entediantes. A protagonista é Juliette, mãe de 2 crianças e casada com um marido carinhoso, mas que ela despreza, tratando-o friamente. Por conta do casamento, ela abandonou sua carreira acadêmica e viveu em função da família. Agora, ela tenta retornar à profissão, mas acaba culpando a sua condição de esposa e mãe para declarar seu fracasso profissional. Paralelo às histórias dessas mulheres desgostosas de tudo, temos um sequestro de uma menina de 2 anos e meio, que aconteceu nas redondezas do bairro.
O filme é uma produção modesta, com ótimas atuações. O roteiro é bom, pois trabalha com situações do cotidiano, sem grandes arroubos. O que incomoda é esse olhar feminista, de que homem é tudo chato e insensível. No final do filme, fico com a impressão que ninguém ali vale um centavo, e que quero todos bem longe de mim, incluindo as crianças chatas.
Nota: 6
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