sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
As horas mortas
"Las horas muertas", de Aarón Fernández Lesur (2013)
Dirigido e escrito pelo cineasta mexicano Aarón Fernández Lesur, esse drama de baixo orçamento foi eibido em vários Festivais internacionais, entre eles Locarno e Tokyo, tendo recebido alguns prêmios. O filme tem um quê de "E sua mãe também", de Afonso Cuaron. Sebastian, um jovem de 17 anos, é chamado por seu tio, dono de um motel decadente de beira de estrada. O tio fará uma cirurgia e terá que se ausentar por cinco dias, e pede para Sebastian administrar o lugar. Sebastian logo descobre que o trabalho é quase um emprego escravo, tal a demanda de tarefas que ele precisa cumprir. Observador, ele percebe que uma cliente recorrente, Miranda, foi abandonada pelo amante e mesmo assim ela vai até lá passar as tardes. Unidos pelo tédio e desesperança, eles se tornam amigos, até que Sebastian passa a enxergar Miranda de outra forma.
Bem dirigido, porém extremamente cansativo. Os planos são longos, o tempo morto ( proposital, conforme o título sugere) causa tédio no espectador. Mesmo assim, essa aposta no cinema de observação, sem pressa, é uma interessante visão do cineasta que quer passar para o espectador a sensação de vazio que habita todos nós. Sem futuro, sem amor, sem uma proposta concreta de vida, os personagens vagam pela desilusão. O filme é longo e poderia ter uns 30 minutos a menos. Tem um sob-plot de um menino que caça cocos que poderia ter sido eliminada que não farias a mínima diferença. Como uma "Mrs Robinson", a personagem de Miranda ensina os prazeres do sexo para um jovem inseguro e ingênuo. Os atores estão bem, fotografia optando por tons escuros, intensificando o drama da história.
Nota: 7
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