quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Pastoral americana

"American pastoral", de Ewan Macgregor (2016) Adaptação cinematográfica do best seller homônimo de Philip Roth. Em 2016, outro livro de Roth foi adaptado para o cinema:"Indignação", de James Schamus. Em ambos os filmes, vemos famílias judias dos anos 60 `as voltas com preconceito e com a questão da culpa, se atormentando por conta de sonhos frustrados que não se concretizaram. Pais e filhos em eterno embate: cultural, social, religioso. O filme começa em 1995, no reencontro de 45 anos de graduação da turma onde Swede Levov (Ewan Macgregor) se formou. Seu colega, Roth, também escritor, vai ao encontro e reencontra Jerry Levov, irmão de Swede, que faleceu a alguns dias. Roth passa então a narrar a historia de Swede: famoso esportista da faculdade, se casou com a "Rainha da beleza" Dawn (Jennifer Connely), católica praticante. O pai de Swede é contra o matrimonio, mas diante do temperamento forte de Dwan, ele cede. Os dois se casam, e tem uma filha, Merry. Merry adquire um estranho sentimento de afeição por sue pai, que vê ali indícios de sexualidade. Quando cresce Merry se torna uma ativista política, lutando contra o governo que envia americanos para a Guerra do Vietnã. Merry passa a rejeitar a vida burguesa que leva. Swede repreende Merry. Dias depois, uma agencia dos correios explode, e um homem morre. Merry é acusada de ter colocado a bomba ali. Ela desaparece, e Swede e Dawn passam anos a procura dela. Estréia na direção do ator Ewan Macgregor, que se cercou de um ótimo time de profissionais para dar conta do ambicioso projeto. trilha sonora de Alexandre Desplat, fotografia de Martin Ruhe. No entanto, o filme não decola. Durante quase duas horas, o filme segue morno, e mesmo com uma história com teor tão intenso, o filme não emociona. Muito da razão do fracasso do filme, que fez um circuito restrito em festivais e em circuito mundo afora, foi do próprio Ewan Macgregor, que se escalou para o difícil papel de Swede Levov, que pelo perfil, deveria ser um ator que provocasse e trouxesse dentro de si toda uma revolução interna de emoções. Ewan não conseguiu. Uma pena, pois o filme tinha um bom potencial. Jennifer Connely e Dakota Fanning, no papel de esposa e filha, dão conta do recado, mesmo que não tragam nada de excepcional. A direção de arte e' muito boa, e até me surpreendi em cenas de Nova York de época repleta de carros e passantes. Um filme que fala sobre intolerância, mas que surge sem força para fazer o espectador vibrar com os movimentos de libertação e de inquietação. Uma coisa que me irritei bastante: as atrizes Jennifer Connely e Dakota Fanning foram mantidas na passagem de tempo de mais de 30 anos: ultimamente, isso tem sido recorrente em vários filmes. Não sei qual o problema em trocar o elenco famoso por atores idosos. Acho pavoroso o trabalho de envelhecimento, que acaba destruindo a performance do ator.

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