quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Cinquenta tons mais escuros

"Fifty shades darker", de James Foley (2017) O cineasta americano James Foley tem em seu currículo 2 grandes filmes independentes: "Caminhos violentos" e " O sucesso a qualquer preço". Fora isso, dirigiu clipes da Madonna e o seu filme cult" Quem é essa garota?", além de episódios de " Twin Peaks" e "Hannibal". Com esse currículo, era de se esperar que Foley trouxesse sangue novo ao segundo filme da trilogia do personagem Christian Gray. Mas não há Cristao que salve um roteiro meia boca. O mais divertido é ler críticas brasileiras e ver escrito pelo crítico que a finada sessão Cine Prive da Bandeirantes era mais sensual e excitante do que o filme da saga do bilionário. A bem da verdade, existem umas duas cenas aqui até apimentadas na ideia, mas infelizmente na execução ficaram totalmente frias como um freezer. É a tal pornografia chique de butique, onde muito se alardeia mas nada se apresenta. Ou alguém acha que o espectador que vai ver esse filme não tá a fim de ver uma sacanagem? Fico imaginando também o que as feministas não diriam desse filme, mas provavelmente elas nem o verão. Uma fábula erótica sobre uma jovem ingênua seduzida pelas ordens de seu amado e que aos poucos vai aprendendo as delícias de apanhar não parece ser o filme Ideal para as mulheres. Mas na sessão que eu fui, totalmente dominada pelo público feminino, elas defendiam aos gritos cada pedido de Christian Gray. São suas fãs incontestáveis. Nessa segunda parte, Christian consegue conquistar de novo o amor de Anastácia e entre um ou outro conflito sobre a questão do Poder e do machismo através de personagens paralelos, ele lhe propõe casamento. O que interessa a esse filme é a sua alta qualidade técnica, quase um grande comercial publicitário. Não faltam merchandisings escancarados, trilha sonora repleta de Adele, fotografia estilizado e muita gente bonita. Luxo e glamour combinam com sedução, e inclusive o filme tem uma sequência inteira que lembra " De olhos bem fechados", de Kubrick, que é o baile de máscaras. A dupla principal do filme, Dakota Johnson e Jamie Dornan ficam protegidos pela lente e câmera, revelando muito pouco daquilo que o público gostaria de ver. Kim Basinger faz uma bela participação, comprovando estar plena em sua beleza aos 62 anos de idade, tal qual a brasileira Bruna Lombardi.

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