segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

As escolhidas

"Las elegidas", de David Pablos (2015) Vencedor de vários Prêmios internacionais e concorrendo na Mostra Um certo olhar em Cannes 2015, "As escolhidas" é um filme mexicano daqueles de te deixar dias sem dormir, tal a porrada que ele retrata do mundo da prostituição infantil. Não é um filme fácil de se assistir, e também é difícil de recomendar para as pessoas devido ao seu alto teor de tragédia humana. O filme lembra bastante o filme argentino "O clã", guardadas as devidas proporções. No filme de Pablo Trapero, uma família inteira, dominada pelo temperamento violento e dominador do pai, sequestra e assassina as suas vitimas, depois de receber o dinheiro do resgate. Aqui em "As escolhidas", uma família inteira vive de sequestrar meninas menores de idade e forçá-las a trabalhar em um bordel clandestino. O filho mais novo, Ulisses, é quem faz o papel do sedutor. Ele namora as meninas e depois de um tempo, as entrega ao seu pai e irmão mais velho. Sofia (a excelente Nancy Talamantes) é a namorada da vez. Quando ela descobre a armação e tenta fugir, é agarrada pelo pai de Ulisses e apanha muito. Forcada a se prostituir, ela nega. Ela apanha mais e mais até ceder. Ulisses, por sua vez, se apaixonou por Sofia e faz um trato com seu pai: se ele trouxer uma outra menina, o pai liberta Sofia. Assim, Ulisses dá inicio ao plano de seduzir Marta. Com uma excelente direção de atores, o cineasta e roteirista David Pablos contról o filme quase que em uma narrativa de filme de terror. É difícil assistir a algumas das cenas. No entanto, na cena crucial do sexo de Sofia com os clientes, David cria uma edição antológica, que fica até mais cruel do que se mostrasse as cenas de sexo: apenas focando no rosto de Sofia e nos rostos de seus parceiros, ouvimos o som do sexo violento. É uma cena muito violenta de se assistir, em sua construção.

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