Aqui comento os filmes que assisto...mas sem muito saco de teorizar demais..somente comentando o básico: se gostei ou não hehehe (Comento apenas filmes vistos a partir de Outubro de 2010)
sábado, 25 de fevereiro de 2017
Contracorrente
"Contracorrente", de Max Gaggino (2013)
Rodado com recursos próprios de 20 mil reais, "Contracorrente" foi dirigido pelo cineasta italiano radicado no Brasil ( mais precisamente, na Bahia) Max Gaggino, em 2013. Max ganhou um Kikito em 2015 pelo curta "Haram", que ele filmou com 5 mil reais. Adepto do cinema independente e barato, feito com amor, Gaggino realiza nesse seu longa algo que seria próximo de um filme que poderia ser intitulado "How to be a Baiano?", uma sátira ao "How to be a Carioca", espécie de manual de como se adaptar aos costumes de Salvador.
Marco é um jovem italiano que mora em Genova, na Italia. De classe media baixa, ele mora com sua família e trabalha como lavador de louças em um restaurante, Cansado de tanta reclamação em sua casa e de sua namorada, Marco resolve abandonar tudo e vir pro Brasil, mais precisamente, Salvador ( ele ouviu de um casal de turistas de Salvador que ali é o lugar da felicidade). Chegando em Salvador, ele é enganado por um taxista, assaltado por pivetes negros e enrolado por tudo quanto é gente, até conhecer um jovem negro malandro, Neca (Leandro Rocha), que lhe ajuda, arrumando um lugar para ele ficar (pagando, claro). Marco começa a dar aulas de italiano e se apaixona por uma de suas alunas, Mariana (Laíse leal).
O filme é bem simplório: realizado por voluntários que participaram das filmagens em Salvador e Genova, a parte técnica ( fotografia principalmente) deixa a desejar. Os enquadramentos também muitas vezes não ajudam ( excesso de contra-plonge na cena de Marco com o atendente de uma lanchonete acabam tornando monótona a relação dele com o dono da barraca). A trilha sonora parece ter saído de um filme nacional dos anos 80 que se passa na praia de Ipanema.
O roteiro, co-escrito por Gaggino, é simples, repleto de clichês sobre o dia a dia de um turista estrangeiro que vai morar em algum litoral paradisíaco brasileiro. O que torna o filme simpático, é o carisma ingênuo do ator protagonista, Francesco Morotti, e a presença de atores baianos cheios de alegria, como é o caso de Leandro, Laise e a atriz que interpreta a mãe de Neca. Cheguei a rir varias vezes pelo total descompromisso do filme, com diálogos repletos de brasilidade e de situações ingénuas ( as piadas de que baiano é tudo preguiçoso, por ex, quando Marcos pede algo para um atendente de lanchonete e ele responde que não tem nada).
Por fim, valeu a iniciativa do Cineasta de bancar com dinheiro próprio um filme que vale mais pela experiência de exercitar a linguagem do cinema, e as suas varias possibilidades inclusive de distribuição.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário