Uma linda vida

"A beautiful life", de Mehdi Avaz (2023) Não tem como não soltar umas lágrimas com esse drama musical dinamarquês "Uma linda vida", dirigido pelo mesmo cineasta do sensível 'Toscana". Mehdi Avaz é ótimo em lidar com histórias de traumas do passado, morte e superação e fazer o público chorar e ter aquela sensação de feel good movie, que a vida, afinal, é bela. Pode ser um olhar otimista da vida apesar de tudo, mas essa é a receita dos filmes edificantes espiritualmente. "Uma linda vida" lembra todos aqueles filmes recentes de uma pessoa comum ser alçada a cantor pop: "Apenas uma vez", "Nasce uma estrela" e "Mesmo se nada der certo". A história, já sabemos como começa e como acaba. Mas isos não é um problema, pois os atores são carismáticos o suficiente para segurar a atenção do espectador, e as locações na Dinamarca e o valor de produção do filme fazem valer a pena assistir. Elliot ( o cantor Christopher) é um pescador que mora em um barco herdado de seus pais pescadores. Ficamos sabendo que os pais morreram em um acidente durante uma pesca quando Elliot era pequeno, e desde então, ele foi criado por pais adotivos e orfanatos. Numa noite, ao substituir um cantor em um evento em um bar, duas produtoras de uma gravadora, Lilly (Inga Ibsdotter Lilleaas) e Suzanne (Christine Albeck Børge), filha e mãe, decidem apostar em Elliot para ser o próximo lançamento da gravadora. Mas o trauma do passado de Elliot e também de Lilly se colidem e criam barreiras no seu relacionamento. Eu adorei o filme, mesmo tendo um personagem chato que é o amigo traíra de Elliot, Ollie. Mas o filme tem todo aquele tom melancólico dos filmes citados acima, feito com naturalismo e sem apelação. É um filme delicado e com boas canções folk que farão a alegria de quem curte um bom romance.