domingo, 4 de junho de 2023

Nazareno Cruz e o lobo

"Nazareno Cruz y el lobo", de Leonardo Favio (1975) Obra prima do cinema argentino, a 2a maior bilheteria da história do país, com quase 4 milhões de espectadores. Ecrito e dirigido por Leonardo Favio, falecido em 2012, o filme é considerada a sua obra-prima, misturandio elementos de drama, romance, erotismo, fantasia e horror, que me fez lembrar imediatamente do cult polonês "La feeme ee la bete", de Walerian Borowczyk m curiosamente lançado no mesmo ano. São filmes que exploram o amor entre uma mulher e um lobisomem, um amor impossível e trágico. O filme é baseado na lenda sobre os lendários monstros da mitologia Guarani e diz que o sétimo filho de um casal será um lobisomem. Em uma província pobre na área rural da Argentina, nasce Nazareno Cruz (Juan Jose Camero). Seu pai e seus 6 irmãos morreram em uma tragédia, e agora e;e só tem sua mãe. Mas a cidade zôa de Nazareno, de que ele irá virar um lobisomem, fato que nunca acontece, e ele mesmo se diverte com isso. Mas a lenda diz também que se Nazareno se apaixonar, a noite de lua cheia o transformará em lobisomem. E Nazareno acaba conhecendo Griselda (Marina Magali), e a maldição se concretiza. O filme traz elementos de Pasolini e sua trilogia "1001 noites", 'Contos de Canterbury"e "Decameron", e Fellini com seus personagens estranhos e bizarros. O filme é das produções mais mágicas a que assisti, e sem ter a mínima vergonha de abraçar o melodrama e o Kitsch, o cineasta Leonardo Favio traz a famosa música italiana Soleado", do grupo pop italiano Daniel Sentacruz Ensamble (regravada com enorme sucesso por Francisco Cuoco como "Todo o tempo to mundo". As cenas românticas e extremamente róticas do casal com "Soleado" ao fundo são verdadeiras obras de arte, fiquei absolutamente encantado com a criatividade e carga erótica das cenas. O elenco é formidável, e além da dupla principal, temos 2 idosas desdentadas, incr;iveis e que fariam Fellini corar de alegria; e tem também uma menininha toda maquiada, uma figura encantadora, e por último, o genial Alfredo Alcon, como o Dioabo, vestido como um gaúcho.

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