sexta-feira, 16 de junho de 2023

Pacificado

"Pacified", de Paxton Winters (2019) Um ótimo exemplar de "favela movie", curiosamente dirigido por um norte americano, o texano Paxton Winters. A trajetória de Winters é sui generis: morou por anos na Turquia e ali rodou seu 1o filme, "Crude", em 2003. Depois, veio ao Rio de Janeiro, como jornalista e fotógrafo para cobrir as Olimpíadas no Rio de Janeiro e mooru por 10 anos no Morro dos Prazeres. Ali, criou amizade e saiu então o projeto de "Pacififcado", escrito a seis mãos com Wellington Magalhães, morador do Morro, e com Joseph Carter, também morador da comunidade por doze anos. Vencedor de importantes prêmios, como Melhor filme do público na Mostra de SP, melhor diretor em San Sebastian, entre outros, o filme apresenta como pano de fundo da trama um contetxo histórico: o fracasso das UPPS, a pacificação de "fachada" que o governo instaurou nas comunidades durante o período de realização dos jogos e assim que terminou, a cidade voltou a ser a mesma violenta das mídias de sempre. O título do filme tem duplo sentido: não só sobre as Upps e a "pacificação" temporária, quanto o estado de espírito de um dos protagonistas, Jaca (Bukassa Kabengele ), ex-chefe do tráfico dos Prazeres que foi preso pela UPP e com o fim dela, foi soltoo, permanecendo 13 anos preso. Nesse período, sua filha, Tati (Cássia Nasciment, excelente) mora com a mãe, a drogada Andrea (Debora Nascimento), a vó de Jaca, Dona Preta (Léa Garcia) e o irmão de Jaca, Dudu (Rafael Logam). O tráfico agora está nas mãos de Nelson (José Loreto), que assumiu a boca após a prisão de jaca. Acontece que Dudu se juntou ao tráfico, para desgosto de Jaca, que já não deseja mais esse mundo para si. Mas os moradores insistem em pedir favores para ele, frustrados com a administração de Nelson. O filme é muito bem dirigido, com atores surpreendendo em papéis pouco vistos em suas carreiras, como o caso de Debora Nascimento, e a revelação Cássia Nascimento. A fotografia, de Laura Merians Goncalves, é incrível, apesar das críticas que compararam à estética da beleza das comunidades lançada desde "Cidade de Deus". A produção, entre outros, é do cineasta Darren Aronofsky.

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