quarta-feira, 7 de junho de 2023

O globo de prata

"Na srebrnym globie", de Andrzej Zulawski (1988) Um dos filmes mais obscuros do cinema, "O globo de prata" foi aclamado por críticos na sua exibição no Festival de Cannes em 1988. Após essa sessão, o filme desapareceu, sendo resgatado décadas depois. Muitos disseram que é a melhor ficção científica da história do cinema. As suas imagens megalomaníacas e viscerais são comparados apenas a filmes como "Fitzcarraldo", de Herzog, "O retorno", de Inarritu, "Solaris"e "Stalker", de Tarkovsky e 'Duna", de David Lynch. O filme é adaptado da trilogia lunar escrita por Jerzy Zulawsky, tio avô do cineasta, escrito em 1903 sobre um grupo de cientistas e exploradores espaciais que fogem da Terra em busca de um novo planeta. Andrzej Zulawski é diretor de "Possessão", de 1981, seu filme mais famoso e que rendeu a palma de melhor atriz à Isabelle Adjani em Cannes pela sua performance arrebatadora. Zulawsky foi um estuidoso de vudu e transes psicóticos e surtos e em seus filmes tudo isso é bastante visível. Falecido em 2016, aos 75 anos. Zulawsli começou sua carreira como assistente de direção do cineasta polonês Andrej Wajda. Mas Zulawski não gostava desse cinema político e decidiu ele mesmo dirigir. Após um início de carreira promissor, incluindo filmes rodados em Paris quando ficou exilado ( ele abandonou sua esposa e filha e se casou em Paris), Zulwski foi convidado pelo governo polon6es a retornar ao país e filmar. Ele decidiu adaptar a trologia lunar de seu tio avô, uma obra matodôntica que consumiu anos e muito investimento do governo. As cenas do filme foram filmadas na costa polonesa e no deserto de Gobi na Mongólia entre 1976 a 1977. Em 1º de junho de 1977, o trabalho no filme foi interrompido por decisão de Janusz Wilhelmi, vice-ministro de assuntos culturais. O filme estava oitenta por cento completo, e ordenou que todos os materiais fossem destruídos, irritado com a produção. A equipe e elenco conseguiu salvar os negativos , além do figurino e adereços. No final de 1985, Żuławski aceitou a proposta de finalizar o filme, tendo as cenas que faltavam ser rodadas, narradas pelo próprio diretor na Polônia moderna. O filme é absolutamente hermético, existencialista, poético. São quase 160 minutos de imagens grandiloquentes e uma câmera espetacular. Entre os planos, o mais asosmbroso é o da grua que sobrevoa pessoas que estão empaladas no alto de postes com dezenas de metros do chão, uma visão abusrda e arrebatadora. As cenas de nudez total são belamente fotografadas, em uma ousadia poucas vezes vista.

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