Fool's paradise

"Fool's paradise", de Charlie Day (2023) Até hoje eu não fazia idéia de quem era Charlie Day. Fui pesquisar e descubro que ele é considerado um dos grandes comediantes americanos, protagonista de séries de sucesso. Pois bem, ele escreve, protagoniza e dirige o seu primeiro filme em "Fool's paradise", uma sátira corrosiva ao mundo do cinema. Tinha tudo para dar certo...mas o filme é um equívoco, ruim, bobo e totalmente sem graça. Charlie conseguiu reunir um super elenco de atores, como Adrien Brody, Kate Beckinsale, John Malkovich, Jason Sudeikis, Ray Liotta. Jason Bateman e Ken Jeong, e ainda assim, nenhum deles parece estar confortável em seus papéis. Eu sempre amei comédias tendo o cinema como pano de fundo, pois é sempre visto de forma destuidora. Mas aqui é clichê atrás de clichê, e tendo em seu desfecho um fundo moral, parafraseando filmes clássicos como 'Forrest Gump" e "Muito além do jardim": como uma pessoa sem instrução, analfabeta, sem inteligência nem nada, consegue obter fama e a bajulação de pessoas. Mas talvez o mais gritante para mim é saber que a referência do personagem que Charlie Day representa, Caffe Latte ( sim, ele ganha esse nome por conta de um produtor de Hollywood que sempre pede seu café com leite ao estagiário) é construído em cima do Chaplin, Buster Keaton e Jacques Tati. Heim???? Bom, o protagonista é um homem com problemas mentais regressivo, que o faz ter a inteligência de um menino de 5 anos. Abandonado na rua de Los Angeles, ele é descoberto por um produtor de cinema, que vê nele o sósia perfeito de um ator que dá piti. A partir daí, Caffe Latte é bajulado por agentes, assessores de imprensa, diretores, atores, etc. São poucos os filmes que mostram o mundo do cinema como algo benéfico e com pessoas e com pessoas boas. Aqui não ia ser diferente: ninguém presta. Todo mundo é visto em uma caricatura do que tem de pior em cada função dentro de uma equipe de cinema. Eu queria muito ter gostado do filme, mas sua falta de timing e de humor são imperdoáveis.