quarta-feira, 14 de junho de 2023

Pedro Almodóvar, o insolente de la Mancha

"Pedro Almodóvar, l'insolent de la Mancha", de Catherine Ulmer Lopez (2023) Ótimo documentário dirigido pela francesa Catherine Ulmer Lopez e que passa a limpo vida e obra de um dos maiores cineastas contemporâneos, Pedro Almodovar, que com sua filmografia, estebeleceu uma linguagem estética e temática copiada por autores do mundo inteiro. Nascido em La MAncha, terra de DOm Quixote, no município de Calzada de Calatrava em 1949, Almodovar desde pequeno teve uma relação muito próxima à sua mãe, Fracisca Caballero, que veio a se tornar atriz de vários de seus filmes. Ainda criança, ficou facsinado pelo mundo do cinema e das estrelas por causa das barras de chocolate, que traziam cromos com fotos de grane=des astros americanos e passou a colecionar. Aos 17 anos, decidiu se mudar para Madrid e estudar cinema, contrariando seus pais, que queriam que ele trabalhasse na cidade. Almodovar pegou uma Madri ainda na ditadura de Franco. Trabalhou como telefonista, entre outras profissões. Com a morte de Franco em 1975, a Espanha passou a ver uma transição para a democracia. Estudantes pediam a liberdade sexual, e toda essa efervescência foi absorvida pelo movimento cultural "Movida madrillena", da qual Almodovar fazia parte. Ele filmava vídeos e tirava fotos, além de atuar em performances. O movimento foi comparado ao Factory de Andy Warhol, onde a efervescência cultural e mutiplicidade de gêneros e figuras marginalizadas da sociedade eram bem-vindos. Logo no início do documentário, Almodovar diz, ainda jovem, que foi comparado a Fwellini, Visconti, Bergman, Woody Allen, entre outros cineastas. mas ele deixa claro que ele, com o tempo, tem cada vez feitos filmes com a sua cara. Seu primeiro trabalho como ator foi no filme de 1978 "Um homem chamado flor de outono", de Pedro Olea, onde interpretava um homossexual, numa época onde gays eram presos ou convertidos. O filme percorre toda a sua filmografia, desde "Pepi, Luci , Bom e outras chicas de montón", de 1980, rodado em 16 mm, passando por "Labirinto de paixões", até o sucesso de "O que eu fiz para merecer isso?", de 1984, filme que levou seu nome aos Estados Unidos, mais precisamente em NY, onde foi selecionado para festivais. Com "Mulheres à beira de um ataque de nervos", veio a consagração mundial Existe um capítulo à parte, narrada pelo fotógrafo José Luis Alcaine, que relata a complexidade de se iluminar os filmes de Almodovar, que exige cores vivas. Para o vermelho, ele teve que jogar muita luz. O filme fala da obsessão por personagens femininos, as músicas, os temas contendo figuras marginalizadas aceitas pela família. Indo até Mães paralelas", o filme terina em tom político, falando sobre franquismo, liberdade e novos tempos de democracia.

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