quinta-feira, 15 de junho de 2023

Narciso e Goldmund

"Narziss und Goldmund", de Stefan Ruzowitzky (2020) Na mitologia grega, Apolo e Dionísio são ambos filhos de Zeus. Apolo é o deus da razão e o racional, enquanto que Dionísio é o deus da loucura e do caos. Com base nesse mito, o premiado escritor alemão Herman Hesse, prêmio Nobel de literatura em 1946, lançou em 1930 o livro "Narciso e Goldmund". Hesse foi um escritor redescoberto por leitores dos anos 60 da contracultura, com seus livros que falam sobre liberdade, repensando o papel da religião no mundo. O cineasta austríaco Stefan Ruzowitzky ganhou o Oscar de filme estrangeiro em 2008 com o drama "Os falsários". Ao adaptar o livro de Hesse, co-produzido pela Alemanha e Áustria, o filme traz como pano de fundo um contetxo homoerótico, que segundo eu pesquisei, não existia no livro. Na idade média, em um país da Europa central, Narciso mora em um mosteiro. Ele é extremamente religioso e focado na vida sacerdotal. Um dia, Goldmund é enviado pelo pai para o mosteiro. O pai o enviou para lá para evitar que o matasse, culpando-o pelo comportamento da mãe, que ele chama de vadia. o pai alamdiçoa Goldmund, dizendo que e;e será um vagabundo igual à mãe. Arredio no início, Narciso acaba cuidando de Goldmund e se tornam grandes amigos. Sete anos se passam. Narciso (Sabin Tambrea) e Goldmund (Jannis Niewöhner) são unha e carne, apesar de Goldmund ter um espírito livre. Narciso nutre um sentimento por Goldmund que ele não sabe explicar e por isso, se pune, chocieando-se dezenas de vezes como punição. Goldmund, que se tornou um belo rapaz, foge do mosteiro e vai procurar sua mãe que o abandonou quando ele era pequeno. No caminho, Goldmundo se encanta com o mundo, e também com a vida boêmia: bebidas, farras, mulheres, o que o coloca em apuro diversas vezes. Narciso, ressentido pela fuga do amigo, se torna o abade do Mosteiro. O filme traz excelente reconstituição de época, com ótima direção de arte e figurino e maquiagem bem detalhista, me fazendo lembrar muito de filmes como "O nome da rosa". Os atores estão muito bem em seus papéis, e a narrativa flui bem em duas épocas distintas, presente e flashback. O que me incomoodu foi o desfecho moralista, uma punição para os que, pelos olhos dos outros, não seguem os padrões do verdadeiro cristão.

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