quinta-feira, 29 de junho de 2023

Mato seco em chamas

"Mato seco em chamas", de Joana Pimenta e Adirley Queirós (2022) Exibido no Festival de Berlin e vencedor do prêmio de fotografia para Jona Pimenta em 2022, "Mato seco em chamas' venceu no Festival de Brasília os candangos de melhor direção, roteiro, atriz (dividido entre Lea Alves e Joana Darc), atriz coadjuvante (Andreia Vieira), ator coadjuvante (coro de motoqueiros), direção de arte (Denise Vieira) e trilha sonora (Muleka 100 Kalcinha), além do Abraccine. Co-escrito e co-dirigido pelo cineasta de Brasília Adirley Queirós, mesmo realizador de "Branco sai, preto fica", e "Era uma vez, Brasília". "Mato seco em chamas" é uma junção de todos os seus filmes. Novamente ambientado na cidade satélite de Ceilândia, o filme é uma distopia ambientada no Brasil antea da eleição de Bolsonaro, no ano de 2018. A cidade é dividida entre Brasília e a Favela de Sol Nascente, em Ceilândia. Ali, moram as "Gasolineiras das quebradas", Chitara (Joana Darc Furtado), Lea e Andreia. A gangue formada pelas mulheres rouba petróleo de um oleoduto, refinam e vendem para os motoqueiros da comunidade. Uma milícia circunda a comunidade, enquanto em Brasília as eleições elegem Bolsonaro como presidente da direita do país. Novamente, Adirley e Joana Pimenta mesclam documentário e ficção para falar do Brasil do povo, sufocado pela elite que parece morar em um outro país. Trazendo imagens reais da manifestação de bolsonaristas nas ruas de Brasília, o filme traz um visual que segundo muitos críticos dizem, traz referências a "Mad Max" e aos faroestes de Sergio Leone. A terra seca e batida da comunidade favorece à idéia de ser um filme distópico, povoado pela classe braisleira marginalizada, onde ex-presidiárias assumem o poder e lutam contra a " ordem e progresso" instituído pelo governo. Uma visão pessimista sobre um país em grave crise, mas que tra zum belo plano sequência no final, com Motoboys circulando pelas ruas de Ceilândia. Outro momento icônico é o de mulheres dançando funk dentro de um ônibus. Um momento apoteótico, de liberdade e vigor.

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