"Rogéria; Senhor Astolfo Barroso Pinto", de Pedro Gui (2019)
Emocionante documentário que apresenta um raio X de Rogéria, ou Astolfo Barroso do Amaral, e segundo a própria, 'a travesti da família brasileira". O filme mistura entrevistas com a própria Rogéria, dada antes de seu falecimento em setembro de 2017, aos 74 anos, material de arquivo e encenação com atores ficcionalizando momentos de sua vida. E claro, entrevistas com personalidades que passaram por Rogéria, como Bibi Ferreira, Betty Faria, Aguinaldo Silva, Jô Soares, Nany People, Jane di Castro, entre outros, e também depoimentos de seus familiares: irmãos e mãe.
O filme é realizado com muito carinho, deixando claro a importância de Rogéria para a história da cultura brasileira, seja nos palcos de teatro, televisão ou cinema. Rogéria foi maquiadora de grandes estrelas e cantoras, e se recusava a maquiar homens. Numa época onde a ditadura mandava no Brasil, desde os anos 60, Rogéria se destacou, vencendo preconceitos e jamais deixando se humilhar como artista ou homossexual. A parte divertida é quando Jane di Castro relata as aventuras sexuais da amiga, dizendo que pagavam boquete em seguranças e bombeiros para poder frequentar o Teatro Alaska. Rogéria, ou Astolfo, e segundo a entrevistada, se misturam, foi uma figura emblemática, desejada por muitos e dona de seu corpo e de suas vontades.
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