quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Chacrinha- Eu vim para confundir, não para explicar


"Chacrinha- Eu vim para confundir, não para explicar", de Claudio Manoel e Micael Langer (2020)
Excelente documentário que resgata a memória de um dos maiores apresentadores e showman da tv brasileira, Abelardo Barbosa, o Chacrinha. O filme traz a história de Abelardo desde sua vinda de Surubim, Pernambuco, até o Rio de Janeiro, nos anos 40, e vai até a sua morte e cortejo que parou o Rio de Janeiro, em 1988, na câmara dos vereadores, na Cinelândia, Rio de Janeiro.
Com ótimas e divertidas cenas de arquivo do próprio Abelardo e cenas de seus programas que percorreram várias Emissoras, como Excelsior, Globo, Tupi, Bandeirantes e Record, "O programa do Chacrinha, a Discoteca do Chacrinha e por fim, O Cassino do Chacrinha era um programa onde imperava a anarquia e a improvisação, e isso durante a ditadura militar. Com tiradas eróticas, marchinhas com letras de duplo sentido e as famosas jogadas de bacalhau na platéia, além do troféu abacaxi, os programas ficaram famosos também pela presença das objetificadas Chacretes, guardadas à mão de ferro por Chacrinha nos quartos dos hotéis, e pelo famoso corpo de jurados, onde se destacava Elke Maravilha.
O filme traz depoimentos primorosos de Pedro Bial, os filhos de Abelardo, da viúva e de cantores como Silvinho Blau Blau, Evandro Mesquita, Wanderléa, Boni e Tony Belotto, contando histórias de bastidores que por si só já valiam um filme: pessoas que forneciam cocaína nos camarins, a famosa apresentação de uma mãe de santo, um suicida. E claro, os calouros, que sme eles, não haveria programa.
Um filme importante que narra um período da comunicação de massa no Brasil e a importância de uma figura como Chacrinha, que certamente, não teria sobrevivido aos tempos atuais do politicamente correto e do conservadorismo.

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