domingo, 17 de janeiro de 2021

Aurel


"Josep", de Aurel (2020)
Excepcional animação belga/espanhola, exibido no Festival de Cannes e vencedor de diversos prêmios internacionais. O filme narra a história real do pintor e artista plástico espanhol Josep Bartoli, através dos olhos do policial francês Serge. Em 1939, com o regime de Franco na Espanha, que perseguia artistas e intelectuais de esquerda, muitos fogem para a França, mas foram recebidos da pior maneira possível: alojados em campos de concentração, onde eram mal tratados, as mulheres estupradas, passavam fome e morriam de doenças. Bartoli desenhava os horrores que presenciava aonde podia, e isso chamou a atenção do policial Serge, que discordava da forma truculenta que seus amigos lidavam com os refugiados. Serge dá um caderno e um lápis para Bartoli, que desenha as suas impressões sobre aquele lugar. Futuramente, o filme apresenta a grande amizade que se formou entre essas duas pessoas tão distintas, e o relacionamento de Bartoli com Frida Kahlo.
Narrada de forma emocionante através das lembranças de um idoso Serge para seu neto, o filme tem traços que acompanham os desenhos originais de Bartoli. Fosse um filme de live action, "Josep" seria muito doloroso pelas suas cenas de grande impacto e bastante fortes. A cena do estupro, em especial, é dirigida de forma brutal, sem revelar nada pelo diretor Aurel. Uma linda homenagem aos artistas que mantêm a sua arte mesmo em tempos de ódio às expressões artísticas, "Josep" é uma viagem ao passado trágico, para narrar os tristes dias atuais.

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