sexta-feira, 12 de junho de 2020
Um dia Um dia muito claro
"Hvítur, hvítur dagur", de Hlynur Palmason(2019)
Que filme extraordinário!! Indicado pela Islândia para concorrer à uma vaga ao Oscar de filme estrangeiro em 2020, “Um dia muito claro” participou de dezenas de Festivas, ganhando o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes na Mostra semana da crítica e um prêmio no prestigiado Rotterdan.
O filme mistura gêneros: drama e suspense em doses densas, defendida com brilho pelos 2 atores principais: Ingimundur, um policial aposentado (Ingvar Sigurdsson) e sua neta Salka (Ída Mekkín Hlynsdóttir). Ingimundor acaba de perder sua esposa em um acidente de carro. O seu luto é doloroso e ele frequenta um terapeuta. Sua grande paixão é sua neta Salka. Um ia, ao revirar as coisas da falecida, Ingimundir encontra uma filmadora. Ao assistir a fita, encontra imagens dela transando com um morador da cidade.
Tudo no filme é grande: a direção, o roteiro, a trilha sonora, a fotografia e as belas locações. O filme é composto de rigorosos planos estáticos e também de planos-sequências muito bem marcados em encenação. Logo na cena inicial, temos a impressionante cena do acidente de carro. Mais na frente, quando Ingimundur anda de carro com sua neta, ele bate em uma enorme pedra. AO jogar a pedra no mesmo desfiladeiro onde o carro da falecida caiu, a pedra faz exatamente o mesmo trajeto, só que dessa vez em detalhes. É um recurso narrativo brilhante para que o espectador perceba o quão violento foi o acidente. Do meio em diante, o filme avança para contornos mais de irmãos Cohen, com viradas na história e muita violência. E é impressionante como o diretor domina tão bem a narrativa, construindo uma tensão crescente, quase ao nível do insuportável. Imperdível.
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