segunda-feira, 8 de junho de 2020

Pavão

"Furiant", de Ondřej Hudeček (2016) Chocado com a qualidade desse curta premiado em Sundance com o prêmio de melhor direção e exibido em dezenas de Festivais mundo afora. E o choque é maior ainda quando descobri que o diretor e roteirista é estudante de cinema na Film and TV School of the Academy of Performing Arts in Prague. O filme é uma cinebiografia do autor e dramaturgo tcheko Ladislav Stroupeznický, criador do teatro moderno na Tchekoslovaquia. O filme, uma comédia de humor negro com referências assumidas ao cinema de Stanley Kubrick e seu "Barry Lyndon", e ao cinema de Lars Von Triers e todas as suas obsessões por narração em off, catalogação, divisão em capítulos e muito sexo e violência. O filme é dividido em 3 capítulos e um epílogo, e vai de 1853 até o final do século XIX. No ò ato, o filme apresenta Ladislav, um menino de família rica, mas um psicopata que tem prazer em torturar e matar animais. Adolescente, Ladislav conhece Jan, um estudante por quem se apaixona e se tornam amantes. Mas o excesso de ciúmes de Ladislav faz com que Jan cometa suicídio na frente de Ladislav, com um tiro. Passado o trauma, durante uma caça, Ladislav acerta o filho do guardião, e acreditando tê-lo matado, Ladislav comete suicídio, dando um tiro em seu queixo, mas ele não morre. Com a mandíbula e o nariz destruídos, e refeitos por cirurgia, Ladislav se dedica ao Teatro moderno de Praga, escrevendo peças que se tornaram famosas e referências até hoje. Com uma fotografia deslumbrante do próprio diretor e atuação primorosa de Ladislav Stroupeznický no papel de Lzdislav adolescente e adulto, o filme prima pela beleza de seus enquadramentos, verdadeiras pinturas.

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