terça-feira, 9 de junho de 2020
Baixo centro
"Baixo centro", de Ewerton Bélico e Samuel Marotta (2017)
"Baixo centro" venceu a Mostra Aurora do Festival de Tiradentes 2018, e é uma produção de baixíssimo orçamento, rodado nas noites de Belo Horizonte, tanto na capital quanto na periferia. O filme me lembrou em alguns pontos do excelente "Temporada", de André Novais Oliveira. A diferença é que "Temporada" é mais solar, mais diurno, enquanto 'Baixo centro"revela uma Belo Horizonte melancólica, triste e solitária nas noites. Mas em ambos os filmes os personagens lidam com desemprego, violência urbana, tráfico e relacionamentos mal resolvidos. "Baixo entro" tem na sua trilha raps cantados por mulheres e cantos africanos. O filme acompanha vários personagens, entre encontros e desencontros, que não escondem sua apatia, desesperança de uma vida sem rumo. Gu (Renan Rovida) e Luisa (Barbara Colen), Robert (Alexandre de Sena) e Teresa (Cris Moreira) e o fotógrafo Djamba (Marcelo Souza e Silva).
O filme traz situações episódicas dos personagens, que perambulam sem perspectiva. "Baixo centro" é um filme político, que faz um alerta sobre a violência contra a população negra, sobre um povo sem assistência e sem encanto para o lugar aonde moram. Um filme triste sobre um País sem cultura, sem educação e sem emprego. Os atores interpretam em registro naturalista, em um filme que lembra um olhar mais documental.
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