quinta-feira, 11 de junho de 2020
Corrente do mal
"It follows", de David Robert Mitchell (2014)
Rever esse clássico do terror moderno 5 anos depois do seu lançamento é revelador: ele continua tão bom quanto da primeira vez que o vi, sem perder nada de seu charme. Único filme de terror a competir no Festival de Cannes na Mostra semana da crítica, fazendo um enorme sucesso, "Corrente do mal" foi o precursor da onda do neo-terror: um sub-gênero mais autoral, mais baseado em atmosferas e climas do que nos sustos, construindo toda uma narrativa enigmática até chegar em um desfecho catártico. Depois dele vieram "A bruxa", "Hereditário", "Midsommar", "A caba", para citar apenas alguns, que seguiram esse caminho de uma produção independente e mais experimental. O roteiro tem todos os elementos que amamos: nerds. a vida sexual ativa dos adolescentes, trilha sonora de sintetizadores e a homenagem aos anos 70 e 80. Tudo isso visto por uma metáfora do medo, da culpa, da paranóia, vistos recentemente na franquia "It, a coisa".
Na cidade do Michigan, uma estranha força malígna se apossa de uma pessoa, e para que ela não morra, a pessoa precisa fazer sexo e assim, passara corrente adiante. A próxima pessoa precisa passar a corrente pra frente, senão a pessoa anterior morre.
Com uma excelente fotografia de Mike Gioulakis e uma trilha sensacional do grupo Disasterpiece, o filme traz ainda ótimas performances do elenco, todos bastante talentosos, com destaque para Maika Monroe, no papel da protagonista Jay. Há quem veja no filme ecos de "Twin Peaks", de David Lynch.
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