sexta-feira, 19 de junho de 2020
Freud, além da alma
"Freud", de John Houston (1962)
Lançado em 1962, "Freud, além da alma" foi um grande sucesso de crítica, e até hoje, ele é usado em faculdades de psicologia como ilustração dos primeiros cinco anos de Sigmund Freud assim que ele terminou a faculdade de medicina em Viena, no ano de 1885.
John Houston havia dirigido Montgomery Clift em seu filme anterior, "Os desajustados". Para o papel da paciente Cecily, Houston queria Marylin Monroe, mas acabou nas mãos de Susannah York. O filme apresenta o estudo de Freud (Clift) sobre o estudo da sexualidade infantil, em tese defendida como Complexo de Édipo, mas Freud foi ridicularizado por colegas médicos e por seu mentor, o médico Joseph Breuer (Larry Park). Na época os casos de histeria eram vistos como de pacientes que queriam chamar atenção. Através de Cecily, Freud analisou que a histeria advém de traumas de algum momento da vida. O filme então faz um paralelo, em flashbacks, dos traumas de Cecily e do próprio Freud, que conclui que tanto ele quanto Cecily sentiram ciúmes de seu pai e de sua mãe, respectivamente. O filme te uma brilhante fotografia de
Douglas Slocombe, que, por incrível que pareça, fotografou os três filmes de Indiana Jones. A trilha sonora, soturna, é de Jerry Goldsmith. O elenco está muito bem, tanto Montgomery Clift quanto Susannah York emprestam total verossimilhança às angústias de seus personagens atormentados. O próprio John Houston narra o filme, com a sua voz gutural e marcante.
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