sexta-feira, 5 de junho de 2020
Muito mais que um crime
“Music box”, de Costa Gavras (1989)
Grande vencedor do Leão de Ouro no Festival de Berlin em 1990, “Muito mais que um crime” tem o roteiro escrito por Joe Eszterhas, baseado em sua própria história: Joe descobriu que seu pai foi um criminoso na 2a guerra mundial e rompeu relações com ele. O filme foi indicado a vários Oscar, incluindo melhor atriz, para Jessica Lange, e roteiro. Jessica Lange é Ann Talbot, uma consagrada advogada criminalista em Chicago. Mãe de um filho pequeno, Ann tem um pai amado por todos da família e pelos amigos, o ‘hungaro Mike Laszlo (Armin Mueller-Stahl), que fugiu para os Estados Unidos assim que a guerra acabou, pedindo asilo e consequentemente, conseguindo cidadania. Um dia, Mike recebe em casa um ofício do Governo pedindo cancelamento de sua cidadania americana e extradição para a Hungria, a pedido do próprio país, para responder por crimes de guerra. A família fica chocada e Ann acredita se tratar de um erro de identidade. Ann, a pedido de seu pai, o defende no caso perante o tribunal. Mas diante daquele figura amada, Ann começa a entender que muitos segredos podem ter sido escondidos.
Brilhante exercício de dramaturga, com um roteiro instigante que vai deixando o espectador atônito, o filme conta com as performances magistrais de Jessica Lange e do alemão Armin Mueller-Stahl. Costa Gavras como sempre revirando segredos dos túmulos, e como em quase todos os seus filmes, lida com a questão da memória para lidar com o presente e a exorcização de crimes do passado. O roteirista Joe Eszterhas obteve seus maiores sucessos comerciais com “Flashdance”, e “Instinto selvagem”, filmes bem distintos dessa obra tensa e pulsante.
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