terça-feira, 9 de junho de 2020
Pazucus: A Ilha do Desarreago
"Pazucus: A Ilha do Desarreago", de Gurcius Gewdner (2017)
Muito provável que esse filme do cineasta e roteirista Pazúcus: A Ilha do Desarreago, rodado em Florianópolis pelo diretor Gurcius Gewdner leve o título de pior filme trash do cinema brasileiro, e que isso não sôe como uma crítica, mas sim, um elogio. Se Pazúcus: A Ilha do Desarreago, rodado em Florianópolis pelo diretor Gurcius quiz atormentar seu público com tudo o que o sub-gênero propõe, acertou em tudo: gritarias insuportáveis do elenco, uma extensa duração de quase duas horas numa prova de ousadia do seu diretor , que também é editor e resolveu dar um foda-se pro espectador como se dissesse "Vocês verão o filme que eu quiz fazer , sem interferências de produtor pedindo para diminuir o filme". Os efeitos são os piores possíveis, com facas e machados feios de papel alumínio e isopor, muito cocô fake, vômitos verdes e pretos, um inacreditável tubarão humano e uma infinidade de situações que só vendo para acreditar.
Com o incrível feito de ter sido selecionado para Festivais de gênero na Europa e aqui no Brasil, exibido na Mostra de realizadores, que faz apostas na produção independente.
A história acontece em dois núcleos distinto que convergem no final: Carlos (Marcel Mars) está sofrendo de constipações fecais e procura o médico dr Roberto ( também Marcel Mars) para falar de seu problema. As fezes no intestino de Carlos promovem uma revolução, querendo dominar a Ilha do desarrego. É para lá que Carlos segue vomitando pelo caminho. Dr Roberto vai em sue encalço para matá-lo. Nessa mesma ilha, acompanhamos o casal Omar ( o diretor Gurcius Gewdner) e sua namorada Oréstia, em busca de paz no relacionamento. Mas a floresta se rebela e eles são possuídos.
É possível ver muitas referências ao cinema de terror, como "Evil dead", "O iluminado"( de onde o filme rouba a trilha), "It, a coisa"e mais louco ainda, do cinema marginal brasileiro, como "O rei do cagaço" e "Superoutro", de Edgar Navarro, com suas fezes e excreções proclamadas por um homem que perambula pelas ruas da cidade, vociferando frases e manifestos, além da linguagem de "O bandido da luz vermelha", de Sganzerla.
Nesse curioso caso de filme trash udigrudi e experimental, vale tudo, até explorar dezenas de clássicos da disco music, funk, soul e pop na trilha sonora, oriundos dos anos 70, como o grupo Voyage e Fleetwood Mac. As músicas tocam em momentos nada a ver, dando um tom surreal. As animações que abrem e fecham o filme, animadas por Christian Caselli são sensacionais, a melhor coisa do filme.
O cineasta e produtor Cavi Borges entrou como co-produtor, ajudando a dar ao filme uma maior visibilidade e levando o cinema trash para um público mais amplo.
Achei curioso que o ator Marcel Mars tem a fisionomia do cineasta Carlão Reichembach, misturado ao tipo e narração empostada e exagerada caricata do ex-candidato a presidente Enéas Franco.
Fiquei na dúvida se o título do filme é uma brincadeira em cima de "Pax no cú"
Link para ver o filme: https://vimeo.com/189240086
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