quarta-feira, 2 de janeiro de 2019
Um dia é da Vida, o outro da Morte
"Um dia é da Vida, o outro da Morte", de Calebe Lopes (2016)
Premiado curta baiano, que tem como tema a apatia da sociedade perante crimes hediondos. O filme faz uma crítica ao mundo em que vivemos: atos violentos já não atingem mais as pessoas, que estão anestesiadas diante de tanta notícia ruim, seja na política, na coluna policial, na vida social.
Filmado nos arredores da Universidade da Bahia, o filme apresenta personagens que têm em comum o fato de terem presenciado um assassinato: todos viram o corpo de uma estudante assassinada, que se mantém deitada dentro dos domínios da Universidade. Mas como em um filme de Bunuel, ninguém faz absolutamente nada. Alguns comentam, outros passam batido; um casal se aproveita do fato para se aproximar; um estudante de cinema aproveita o caso para fazer um filme de terror; um detetive mais atrapalha que ajuda. Nesse painel de surrealismo e circo dos horrores, vive a nossa sociedade.
Não sei se gostei do filme. Aparentemente, foi feito com poucos recursos. O elenco é mediano, o roteiro não me conquistou. A parábola sobre uma sociedade egoísta ficou no meio do caminho, senti falta de algo mais contundente. Não sei se a proposta era essa mesma de apresentar um projeto com cara de amador. Enfim, vale a intenção.
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