domingo, 20 de janeiro de 2019
Conto de Cinema
"Geuk jang jeon", de Hong San Soo (2005)
Concorrendo no Festival de Cannes 2005, um dos Festivais que mais prestigiam a filmografia desse premiado Cineasta sul coreano, constantemente comparado a Robert Bresson e Eric Rohmer, "Conto de Cinema" é um dos filmes dele que eu mais gosto. Por mais que contenha todos aqueles elementos que qualquer Crítico de cinema, em qualquer um dos filmes de Hong San Soo irá descrever - Planos-sequência, uso de Zoom, cenas de bar e restaurante com os personagens bebendo e comendo, personagens que trabalham com Cinema, Amores platônicos - "Conto de Cinema" lida com a metalinguagem, com o Filme dentro do filme, e o mais surpreendente: a história real que copia a ficção.
No início do filme, o jovem personagem Sang-won esbarra por um acaso com Young-sil,, uma ex-colega da faculdade por quem ele era apaixonado. Ela abandonou os estudos e trabalha em uma ótica. Eles saem à noite e Sang confidencia para Young que quer se suicidar. Young decide se matar junto, e ambos fazem um pacto. Logo, descobrimos que essa história na verdade, é a história de um filme. Doong-Soo sai da sala de cinema onde estava sendo exibido o filme que nós espectadores acabamos de assistir. Descobrimos também que Sang Won é o Ator e Diretor do filme, e Young-Sil, a atriz, era sua paixão. Dong Soo estudou com Sang Won na faculdade de cinema, e veio prestigiar a Retrospectiva do Cineasta, que está morrendo no Hospital, agonizando de uma doença terminal. Doong Soo esbarra por um acaso com Young-Sil e se declara apaixonado por ela.
Lendo essa sinopse pode parecer bem confusa, e o filme na verdade é um pouco sim, mas logo quando entendemos o que está acontecendo, as coisas ficam mais claras.
Hong San Soo explora a barreira entre a ficção e a realidade de forma brilhante. A história do filme é reproduzida pela vida real, mas com detalhes curiosos: o Diretor e Ator do filme, Sang-Won, queria se matar na história. Na vida real, doente, ele não quer morrer. Só por esse plot, o filme já valia a pena ser visto. Mas aí Hong San Soo resolve explorar a história de amor entre um homem que tem uma atração quase psicopata pela musa, no caso, a Atriz.
Bem dirigido e como sempre em todos os seus filmes, muito bem interpretado, ainda mais por conta dos planos longos.
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