Aqui comento os filmes que assisto...mas sem muito saco de teorizar demais..somente comentando o básico: se gostei ou não hehehe (Comento apenas filmes vistos a partir de Outubro de 2010)
domingo, 20 de janeiro de 2019
Conto de Cinema
"Geuk jang jeon", de Hong San Soo (2005)
Concorrendo no Festival de Cannes 2005, um dos Festivais que mais prestigiam a filmografia desse premiado Cineasta sul coreano, constantemente comparado a Robert Bresson e Eric Rohmer, "Conto de Cinema" é um dos filmes dele que eu mais gosto. Por mais que contenha todos aqueles elementos que qualquer Crítico de cinema, em qualquer um dos filmes de Hong San Soo irá descrever - Planos-sequência, uso de Zoom, cenas de bar e restaurante com os personagens bebendo e comendo, personagens que trabalham com Cinema, Amores platônicos - "Conto de Cinema" lida com a metalinguagem, com o Filme dentro do filme, e o mais surpreendente: a história real que copia a ficção.
No início do filme, o jovem personagem Sang-won esbarra por um acaso com Young-sil,, uma ex-colega da faculdade por quem ele era apaixonado. Ela abandonou os estudos e trabalha em uma ótica. Eles saem à noite e Sang confidencia para Young que quer se suicidar. Young decide se matar junto, e ambos fazem um pacto. Logo, descobrimos que essa história na verdade, é a história de um filme. Doong-Soo sai da sala de cinema onde estava sendo exibido o filme que nós espectadores acabamos de assistir. Descobrimos também que Sang Won é o Ator e Diretor do filme, e Young-Sil, a atriz, era sua paixão. Dong Soo estudou com Sang Won na faculdade de cinema, e veio prestigiar a Retrospectiva do Cineasta, que está morrendo no Hospital, agonizando de uma doença terminal. Doong Soo esbarra por um acaso com Young-Sil e se declara apaixonado por ela.
Lendo essa sinopse pode parecer bem confusa, e o filme na verdade é um pouco sim, mas logo quando entendemos o que está acontecendo, as coisas ficam mais claras.
Hong San Soo explora a barreira entre a ficção e a realidade de forma brilhante. A história do filme é reproduzida pela vida real, mas com detalhes curiosos: o Diretor e Ator do filme, Sang-Won, queria se matar na história. Na vida real, doente, ele não quer morrer. Só por esse plot, o filme já valia a pena ser visto. Mas aí Hong San Soo resolve explorar a história de amor entre um homem que tem uma atração quase psicopata pela musa, no caso, a Atriz.
Bem dirigido e como sempre em todos os seus filmes, muito bem interpretado, ainda mais por conta dos planos longos.
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