domingo, 20 de janeiro de 2019

Em algum lugar do passado

"Somewhere in time", de Jeannot Szwarc (1980) Esse filme é a prova de que na briga entre Críticos e público, quem sai ganhando é o espectador. Detonado pela crítica desde a sua estréia, esse filme tem arrebatado cada vez mais fãs mundo afora. Considerado um dos maiores clássicos do Drama romântico, tendo influenciado grandes sucessos como "Ghost" e "Titanic", "Em algum lugar do passado" foi escrito e adaptado para as telas por Richard Matheson, que concebeu a história do amor que viaja no tempo depois de ver um Quadro da atriz Maude Adams no hall de um Hotel, e ele imaginou como seria voltar ao tempo e encontrá-la. O filme tinha tudo para dar errado, ma sé justamente essa junção de acertos e riscos que fez com que o filme desse certo. O Diretor Jeannot Szwarc tinha acabado de dirigir "Tubarão 2"e parecia a pessoa menos improvável de dirigir um Romance. A escalação do elenco também foi um risco: Christopher Reeve tinha acabado de fazer um sucesso estrondoso com 'Superman", como dissociar sua imagem do Homem de aço para um herói romântico que volta ao tempo para conhecer sua mulher amada? E a trilha inesquecível de John Barry, por um pouco não saiu. O produtor do filme disse que não tinha orçamento para bancar Barry daí a própria atriz Jane Seymour o convidou. Não existe a menor possibilidade de se pensar no filme sem ouvir a música tema, e a composição de Rachmaninoff , "Rapsódia do Tema de Paganini". Reeve interpreta um escritor, Richard Collier, no ano de 1972. No evento do lançamento do livro, uma idosa misteriosa surge e lhe entrega um relógio de época e diz: "Volte para mim". Passam-se 8 anos, Richard está em crise criativa e não consegue escrever sua peça teatral. Ele vai passar um dia em um Hotel à beira do mar, chamado Grand Hotel. Lá, ele olha para uma moldura com a imagem de uma mulher que o fascina, e ele descobre se tratar de Elise, atriz famosa de teatro de 1912 e que se apresentou nesse hotel em 1912. Obcecado, Richard acaba indo ao encontro de um Filósofo que o instrui na hipnose, e a possibilidade de voltar ao tempo. Provavelmente, todo mundo que já viu o filme pensará a seguinte frase: Um amor destruído por causa de um Penny. Mas antes desse trágico evento, o espectador se envolve de tal forma com esse amor entre Richard e Elise, por mais inverossímel que seja, e isso é a fórmula dos melhores romances, vide os clássicos dos anos de Ouro de Hollywood. Douglas Sirk investia em histórias tão mirabolantes, mas o público não se incomodava. Reeve está muito carismático no personagem, na sua eterna figura de bom moço, e dá pena pensar que sua carreira tão promissora foi interrompida de forma tão cruel. Jane Seymour está gloriosa e radiante, a imagem perfeita para uma heroína romântica. E confesso que eu nem lembrava que Christopher Plummer estava no filme, naquele papel clichê de vilão que ele faz super bem. Clássico de muitas Sessões da tarde, um filme para se rever sempre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário