quarta-feira, 9 de janeiro de 2019
Domando o destino
"The rider", de Chloé Zhao (2017)
Eleito pelo National Society of Film Critics Awards como o Melhor filme de 2018, "Domando o destino" é o filme que todos deveriam assistir quando reclamam que a sua vida está uma merda.
A Cineasta e roteirista sino-americana Chloe Zhao conseguiu o grande feito de ter seu filme selecionado para os maiores Festivais de Cinema do planeta, entre eles: Sundance, Telluride, BIF, Deauville, SXSW e em Cannes onde participou da Mostra Quinzena dos realizadores e saiu de lá com o prêmio.
Chloe trabalhou com não-atores, na verdade, todos ali representam a si mesmos. Chloe conheceu o jovem Brady Jandreau quando foi buscar um treinamento para cavalgar cavalos. Ela soube da triste história dele, e resolveu escreveu um roteiro, acrescentando elementos ficcionais: ela escalou a irmã autista de Brady, Lily; seu pai, Tim e os amigos de verdade de Brady, todos lidando com o universo dos rodeios. Mas o personagem que me destruiu de vez, foi Lane Scott: Brady o considera seu irmão mais velho, a pessoa que ensinou tudo a ele. Mas Lane sofreu um acidente durante um rodeio e ficou tetraplégico. As cenas de Brady com Lane, e principalmente a que fecha o filme, me comoveram de tal forma que fica difícil de imaginar como seriam essas cenas com atores.
Chloe consegue essa enorme façanha, típica dos neo-realistas, depois com Pasolini, Kean Loach e até no Cinema novo, de escalar não-atores e extrair deles uma atuação naturalista muito potente. O filme está no limite entre o documental e o ficcional. A fotografia extraordinária de Joshua James Richards, que intensifica a melancolia e a solidão dos vales do Sul de Dakota, parecem quadros vivos de uma beleza intensa.
Brady é um competidor de rodeios que sofre um acidente e por conta disso, impossibilitado de cavalgar. Se sentindo sem rumo e vazio por dentro, Brady não consegue encontrar mais o seu espaço no mundo.
Se você gosta de filmes tristes, mas não aqueles que o façam se jogar debaixo de um caminhão, mas sim aqueles que, mesmo na maior das tristezas de seus personagens, tenta buscar uma luz no fim do túnel, e afirme que a vida ainda vale a pena, assista a esse filme. Não irá se arrepender.
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