quinta-feira, 31 de janeiro de 2019
Clímax
"Clímax", de Gaspar Noé (2018)
Acabada a sessão apoteótica do filme, em pré-estréia e na presença do Diretor Gaspar Noé, fica a pergunta: A quem se destina esse filme? Como indicar esse filme a alguém?
Acredito que o mais fácil é lembrar as pessoas dos filmes anteriores do Cineasta visceral e polêmico: "Irreversível', "Um contra todos", "Love". Se mesmo assim a pessoa quiser assistir, diga a verdade: não vá achando que vai assistir a um filme tradicional, e sim, uma experiência xamânica, um ritual de sons, cores, corpos ensandecidos, uma câmera viva que realiza planos-sequências impressionantes, apenas com a intenção de colocar o espectador como convidado dessa Festa muito louca.
O filme começa pela última cena, daí v6em os créditos finais. Alguém mais desavisado ira dizer: Ué, o filme ja acabou?
Gaspar Noé já usou esse truque antes em outros filmes. Logo, o filme dá início aos depoimentos dos quase 20 dançarinos que irão se isolar em uma casa para ensaiar uma coreografia. Cada um responde a perguntas inusitadas, e respostas mais exdrúxulas possíveis, tipo: Porquê você quer dançar, do que tem medo, faria tudo pela dança?
Ai dá-se início ao primeiro plano-sequência bombástico do filme, ao som de "Supernature", de Cerrone, em versão instrumental. Os dançarinos realizam uma dança que mais parece uma possessão demoníaca coletiva, um prenúncio do que virá a seguir. É espetacular, é arrebatador o que esses dançarinos fazem.
Logo depois, comemoram e bebem sangria. E em tempo real, o filme proporciona uma experiência lisérgica, como poucos filmes fizeram: as pessoas vão se alterando aos poucos, até saírem do controle de seus corpos e mentes. Tudo porquê alguém "Batizou" a bebida com LSD.
O filme é baseado em uma história real acontecido na França em 1996, quando um grupo ensaiava em uma escola e saíram do controle pelo uso de drogas.
Pode-se tecer muitas metáforas sobre o filme, acredito ser algo muito pessoal que tipo de experiência esse filme trará a cada um dos espectadores. A crítica como um todo amou. Mas o público parece não compactuar com essa opinião. Mas quem é fã de Gaspar Noé, não pode deixar de assistir. É filme para tela de cinema. É a síntese do ritual Cinéfilo.
Parabéns ao câmera e ao fotógrafo do filme, Benoît Debie , um cara muito muito muito foda. A câmera é a grande Personagem. Parabéns a cada um dos Atores/Bailarinos do filme, que vigor, que entrega visceral! Merecido o Grande Prêmio da Quinzena dos realizadores do Festival de Cannes 2018.
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Não curtir o filme
ResponderExcluir"Possessão demoníaca coletiva"?? É uma coreografia super enérgica, envolvente e bela!! Adorei o filme!
ResponderExcluirAssisti e agora assistirei novamente para perceber como cada um lida consigo mesmo. As brisas de cada um é interessante, até mesmo de quem não tomou a sangria e foi levada pela "força" do grupo. A dança no início é estimulante, se nota o grupo reunido pela dança. Fantástico!
ResponderExcluirSe nota,que pode fazer sucesso no Brasil..
ResponderExcluirSó faltou colocar os créditos de novo
Nossa, admiro sua disponibilidade de enxergar alguma potência nesse filme impotente. E vale salientar: não há nada de xamânico na coreografia ou em qualquer outra coisa desse filme. Se não sabe o que é xamanismo e a gama de saberes e práticas que o envolve, escolhe outra palavra, mas n confunda alho com bugalhos.
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