sexta-feira, 6 de março de 2015
Para os que não contam histórias
"Za One Koji Ne Mogu Da Govore /For those who can tell no tales", de Jasmila Zbanik (2013)
A cineasta Iuguslava Jasmila Zbanic venceu o Urso de Ouro de melhor filme com o drama "Em segredo", que narrava a história de uma mulher estuprada durante a Guerra dos Balcãs nos anos 90. Agora, ela retorna com a mesma temática das mulheres estupradas como vítimas da Guerra da Bósnia em "Para os que não contam histórias". A curiosidade é que ela adaptou uma peça de teatro encenada por uma atriz australiana, Kym Vercoe. Em formato docudrama, o filme narra a história real de Kim ( interpretada no filme pela mesma). No verão de 2011, ela sai de Sidney para fazer turismo na Bósnia, acompanhada por um livro guia turístico d aregião, escrito por um americano que mora na Bósnia. Encantada com as pessoas e o lugar, ela acata uma sugestão do guia de se hospedar na cidade de Visigrad, em um Hotel chamado Vilina Vlas, famoso por ser um Spa resort. Porém, ao passar a noite lá, ela se sente angustiada e dorme mal, sem saber o porquê. Voltando para Sidney, ela pesquisa sobre o hotel e fica horrorizada: durante a Guerra da Bósnia, nos anos 90, o Hotel foi usado como campo de concentração para estuprar mais de 200 mulheres, a maioria assassinada na sequência. Kim resolve voltar à região e fazer um alerta, tentar entender porquê os moradores escondem esse segredo. Porém, ela será hostilizada.
A cineasta Jasmila Zbanic assistiu a um dvd com a peça e resolveu convidar Kim para contar a sua história pessoal e interpretar a si mesma.
É um filme contundente, mas também polêmico. É uma visão de um estrangeiro "invadindo" assuntos locais, e por isso mesmo, ela é retratada praticamente como uma heroína que chegou na hora certa. Provavelmente Kim se valeu do filme para se divulgar. Mas claro, isso n!ao tia o seu mérito de ser nitidamente um filme denúncia. A cineasta inclusive filma como se fosse um trhiler. Parece até que estamos vendo uma versão dramatizada de "O albergue".
No mais, é a bela fotografia e a curta duração do filme que seduzem o espectador interessado em saber mais sobre o grande terror que foi essa Guerra, onde as mulheres foram as principais vítimas ( já visto de forma aterradora no filme de Angelina Jolie, "In the land of blood and honey")
Nota: 7
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