quarta-feira, 11 de março de 2015
O duelo
"O duelo", de Marcos Jorge (2015)
Baseado no clássico de Jorge Amado, "Os velhos marinheiros", essa mistura de gêneros drama-comédia-romance traz de volta para o espectador brasileiro ,desacostumado com as palavras e a escutar o bom português, o cinema falado. O que quero dizer é, falado com ótimos diálogos. O público ficou preguiçoso de ouvir, e segundo o clichê que se ouve por aí, "as pessoas não têm mais saco para escutar diálogos no filme", só querem tiros, explosões e gags.
Mas "O duelo", dirigido pelo cineasta de "O estômago", prova que uma boa prosa pode sustentar um belo filme. Capitaneado por um ótimo time de atores, ( entre eles, Zé Wilker e Joaquim de Almeida, encapetados), o filme possui um excelente apuro técnico, a conferir: fotografia de Zé Bob Elieser, Direção de arte de Marcos Flaksman e efeitos especiais poucas vezes visto no cinema brasileiro, com direito a uma cena a la Titanic. O filme me fez lembrar muito de "As aventuras do Barão de Munchausen", de Terry Gillian. Afinal, contar histórias e acreditar ou não nelas, somente alguém com muita cara de pau. E essa pessoa se chama Comandante Vasco ( Almeida), que chega em uma cidade fictícia narrando histórias para um grupo curioso. Chico Pacheco (Wilker) não acredita em nada do que o homem conta e resolve desmascará-lo.
Divertido e inteligente, é um filme nacional diferente. Fantástico, fantasioso, romântico e principalmente, carinhoso com os seus personagens, todos marotos, todos querendo viver e ser feliz.
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